bigtechs
comentada em 28/03/2019 15:22

O WeChat é um app similar ao WhatsApp na China, só que muito mais amplo. Por exemplo, ele permite que você envie dinheiro com a mesma facilidade de envio de uma mensagem. Ele também é um app de pagamentos, que permite escanear QR Codes e pagar instantaneamente o serviço ou produto. Segundo relatos aqui no site, a escala do app é absurda na China, qualquer vendinha na esquina tem um QR Code e as pessoas acham ruim de receber o pagamento em dinheiro.

Se uma empresa como a Google, por exemplo, com a capilaridade e o domínio tecnológico que ela tem, decide entrar no ramo de meios de pagamento (por exemplo, produzindo ou transformando celulares em "maquininhas", permitindo envio de recursos por e-mail ou mensagem de texto, etc), ela tem tudo pra vencer a concorrência.

Uma Amazon, Google, Microsoft ou Aplle financiam startups disruptivas e podem, a qualquer momento, se entenderem conveniente e lucrativo, tomar mercado de grandes empresas tradicionais, sobretudo do setor financeiro. A tecnologia está mudando o mundo. Não há nenhum segmento de mercado que seja imune às mudanças e à influência dessas grandes empresas.

Um amigo meu disse que até as barraquinhas de lanches e de frutas na China funcionam com esse WeChat.

A Apple anunciou inclusive essa semana que vai entrar no ramo de cartões, com um cartão físico inclusive, todo integrado com o celular

@wellalcantara

No caso desse cartão da Apple, é só um master card do goldman sachs com marca Apple. Não chega a ser a empresa entrar fundamentalmente no mercado de cartões (é menos penetração no negócio em si que o Nubank para comparar). Por enquanto é pouco, mas talvez seja só o começo.

Sobre bancos: as vantagens competitivas antigas (capilaridade de agências, solidez, marca, grande regulação no setor impedindo novos entrantes, etc) estão virando de cabeça para baixo.

O que os bancos ainda tem que as fintechs ainda não tem e vão ter dificuldades pra desenvolver? Competência de concessão de crédito e gerenciamento de inadimplência e risco. E isso envolve basicamente tecnologia.

Os bancos já estão investindo bastante nisso. Hoje já precificam crédito por CPF, dado nível de risco individual de cada pessoa, sem os tabelões genéricos antigos.

Por sorte os bancos brasileiros tem um "headstart" nisso pois investem forte em tecnologia desde a hiperinflação e o overnight. Comparável aos bancos asiáticos, que também são bastante tecnológicos. Bem diferente dos bancões dos EUA, onde enviar uma transferência é uma chatice (e geralmente caro).

@celtiberian é o que eu penso, acho que isso vai ser só o começo da penetração dela nesse mercado