O novo mundo do trabalho

#VAILAEFAZ
LUZ  
em 04/06/19 12:17

Comentários

Último comentário 1º comentário do autor Só moderadores Só quem eu sigo Ordenar por gostei
LUZ  
em 04/06/2019 12:26
Certo é,carteira de trabalho,CLT,estas coisas,isso aí já morreu,a morte foi decretada

Falta só enterrar

O capitalismo e o autointeresse sempre prevalecem,as pessoas querem pagar menos por mais

Sente-se também nos textos o medo do novo,é mais liberdade,porém alguns se sentem inseguros,sem a proteção da famigerada "carteira de trabalho assinada"

E as forças do mercado atuantes,oferta e procura,uns ganham,outros perdem,mas no cômputo geral o saldo é positivo,há mais ganhadores do que perdedores,e o perdedor da vez pode se transformar e se adaptar e vencer também

Mas essa insegurança e essa revolta difusa explica muita coisa do que vem acontecendo no mundo todo(me refiro ao descrédito das ditas democracias liberais,livres mercados e globalização,e os votos de protesto anti-establishment)
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O novo mundo do trabalho - #1 de 49
breune  
em 04/06/2019 12:40
Quando o ONREVOG descobrir o quanto de imposto que ta perdendo com esses trabalhadores informais a canetada vai começar. Aguarde e verá.
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O novo mundo do trabalho - #2 de 49
Dogoncio  
em 04/06/2019 12:47
Já começou, na verdade. Os motoristas de aplicativo, por exemplo, já tem o "direito" de serem obrigados a participarem do INSS quer eles queiram, quer não.
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O novo mundo do trabalho - #3 de 49
LUZ  
em 04/06/2019 12:51
@breune

Bom ponto levantado

É uma briga, o capitalismo e os mercados e sua busca incessante por inovação e aumento de produtividade,portanto forças deflacionárias;

E o Estado e sua ânsia por cada vez mais aumentar gastos e portanto arrecadar mais,expropriando riqueza do setor produtivo(forças inflacionárias)

Quem vence ao final a gente sempre sabe,a História demonstra

O Estado pode intervir,tentar brecar,mas tudo o que consegue é atrasar o processo,mas não evitá-lo,e muitas vezes estas vãs tentativas do Estado redundam em enormes desastres econômicos

As mudanças que vem por aí são inevitáveis e irrefreáveis

Sugiro a leitura do texto:

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2008/10/essncia-deflacionria-do-capitalismo.html
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O novo mundo do trabalho - #4 de 49
breune  
em 04/06/2019 13:05
Ok mas quando um desses ciclistas entregadores quebra a perna e vai pro PS, o custo é do estado. Ou se cria um seguro pra isso ou cobra imposto ou se nega atendimento.
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O novo mundo do trabalho - #5 de 49
rsvalentini  
em 04/06/2019 13:06
Essa onda tá chegando aqui agora, mas já vem sendo freada em outros países. Gig economy: California bill granting employee status passes assembly | US news | The Guardian

De todo modo, a tendência - ao menos em países pobres - é que todas as "garantias" sejam solapadas pelo mercado nessa chamada Revolução 4.0. Não só a CLT, mas o nível de renda oriunda do trabalho em geral (seja ele autônomo ou não) tende a decrescer em todas as profissões, uma vez que mesmo os setores de serviços vão passar a sofrer concorrência em nível global. https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/fotos/medico-realiza-cirurgia-a-3-mil-km-de-distancia-com-tecnologia-5g-19032019

Em países ricos os trabalhadores vão se adaptar e começar a produzir novas tecnologias, com políticas públicas orientadas para uma Educação 4.0.

Por aqui teremos que nos adaptar na marra e sem nenhuma estrutura. Poucos conseguirão fazer isso e a maioria vai ficar reclamando.
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O novo mundo do trabalho - #6 de 49
LUZ  
em 04/06/2019 13:16
@breune

A resposta vc mesmo deu,brevemente devem surgir modalidades deste tipo de seguro,é uma solução de mercado,uma boa solução

Deixa tudo na mão do mercado,intervenção por parte do Estado ou aumento de tributação ou de impostos são sempre soluções ruins

Eu particularmente acho que o SUS deveria ser extinto,mas aí iniciaríamos outra discussão
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O novo mundo do trabalho - #7 de 49
LUZ  
em 04/06/2019 13:19
@rsvalentini

Exatamente

Alguns vão espernear,votar em populistas" anti-globalistas",mas tudo isso será em vão

Na reportagem que postei tem uns revoltadinhos lá,mas isso passa

Ao final o mercado vai triunfar

Como sempre
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O novo mundo do trabalho - #8 de 49
OuroReal  
em 04/06/2019 13:19
Esta questão é muito polêmica e interessante.
CLT não funciona para muitas profissões ou para muitas empresas, mas para empresas muito grandes, com muitos funcionários, é difícil imaginar uma alternativa.
Pense num grande fabricante, numa grande indústria, , a CLT ou similar é fundamental pois é impossível negociar com cada indivíduo isoladamente, e aqui a "uberização", que a meu ver é uma espécie de terceirização autônoma, não funciona, pois esta "independência" do trabalhador decidir se vai ou não, que funciona bem com pequenos serviços, não casa com a indústria, que precisa ter tantos postos de trabalho produzindo, cumprindo metas, etc.
Acho que um sistema não invalida o outro, mas o difícil é achar formas de dividir os dois sem ocorrer abusos de nenhuma das partes.
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O novo mundo do trabalho - #9 de 49
LUZ  
em 04/06/2019 13:27
@Renato_RG

Eu acho que a CLT brasileira vai caminhar para algo como uma legislação trabalhista mais flexibilizada,como a americana

A CLT e a Justiça do Trabalho engessam o setor produtivo,são totalmente ultrapassados,não tem mais lugar numa economia globalizada e em ritmo de mudanças alucinantes,que já entrou em trajetória exponencial

Tudo o que eles causam é mais desemprego,fuga de investimentos produtvos para outras searas mais flexíveis e livres,menos regulamentadas e com menos riscos de passivos trabalhistas futuros,etc
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O novo mundo do trabalho - #10 de 49
OuroReal  
em 04/06/2019 13:44
@LUZ penso como você, e acredito que o grande desafio global é justamente achar o ponto de equilíbrio nestas relações de trabalho.
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O novo mundo do trabalho - #11 de 49
naoeoxi  
em 04/06/2019 14:29
quanto mais liberdade melhor.. enrijecer as relações de trabalho só tem uma consequência: Mais dificuldade em arranjar emprego formal,  e com isso muita gente sai do país e vai para países mais livres nessas relações.
O aplicativo não é problema.. É solução.. 

Isso me lembra 10 anos atrás quando todo mundo criticava a mão de obra escrava chinesa que impulsionou a economia deles..e quem mais saiu da pobreza e enriqueceu foi o chinês.

Deixem as pessoas escolherem o que querem fazer da vida.. A saída é facilitar e não dificultar.
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O novo mundo do trabalho - #12 de 49
naoeoxi  
em 04/06/2019 14:39
vocês acham que se esse garoto tivesse uma oportunidade para ganhar os mesmos 1500 reais com carteira assinada, férias, 13 salário, ele não largaria o aplicativo ? acontece que provavelmente ele tentou e não achou nada ! então é melhor ele trabalhar com o aplicativo do que ficar sem nada. aí vai ter um espertão que vai querer, taxar, regulamentar, dar direito a férias etc.. sabe o que vai acontecer ? o garoto vai perder o trabalho dele !
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O novo mundo do trabalho - #13 de 49
rsvalentini  
em 04/06/2019 14:55


Vale a pena ver. A questão é muito além de ter CLT ou não. A principal questão é que todos produtos e serviços vão ser cada vez mais baratos e, por consequência, a retribuição paga por qualquer tipo de trabalho vai ser mais barata também.
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O novo mundo do trabalho - #14 de 49
fuss  
em 04/06/2019 15:18
Como as indústrias vão se sustentar com as pessoas ganhando cada vez menos?

Menos dinheiro e menos segurança = menos consumo

Não adianta ser o novo Steve Jobs se ninguém pode comprar o que você vende.
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O novo mundo do trabalho - #15 de 49
oxe  
em 04/06/2019 15:22
Todos os países do mundo possuem jurisdição trabalhista. Vários possuem uma Justiça especializada em matéria trabalhista. A legislação trabalhista brasileira não está acima da média em termos de regras aplicáveis.

O que ocorre é muito mais profundo do que esse debate de eficiência econômica. Concordo que, no final, ela vai prevalecer, mas o caminho não é direto e nem é uma prevalência sem limites. A questão é a definição desses limites.

Existem vários fatores em consideração aí, alguns não são apenas trabalhistas:

1- o sistema de proteção social clássico é sustentado na dualidade direitos trabalhistas/Seguridade social. Estamos vivendo uma falência dos dois eixos da proteção social. A falência trabalhista ocorre pela redução do âmbito da relação de emprego clássica. E a falência da Seguridade ocorre pelo inchaço específico da Previdência (e mais especificamente ainda, das aposentadorias). E uma falência leva à outra porque a arrecadação que permite a Seguridade em larga medida depende da relação de emprego;

2- ocorre que o sistema de proteção social funciona como uma rede de amortecimento no capitalismo. A sociedade capitalista emula a seleção natural do meio-ambiente, em que os adaptados triunfam e os não adaptados perecem. O sistema de proteção social vem justamente pra privilegiar os princípios éticos de fraternidade e permitir que os não adaptados possam viver em condições dignas (na teoria, pelo menos). Como riqueza não tem geração espontânea, lógico que isso significa onerar os adaptados. Então existe uma tensão social latente e inarredável. A ideia é controlar essa tensão, deixá-la em níveis aceitáveis. O problema do Brasil é que, diferente de uma Europa, por exemplo, o ônus aos adaptados não reverte em benefícios sociais tangíveis;

3- a questão é que, se o sistema de proteção social não funcionar mais, como não vem funcionando, a tendência é agravamento de uma tensão social muito mais elevada, que é a tensão dos marginais. Ela é mais elevada porque ela reflete a maioria. Em princípio, não refletiria, já que a maioria está na média, não abaixo dela. Mas a felicidade humana tem forte correlação com a comparação entre pares (e é esse o ponto crucial). O fator mais relevante para a felicidade humana, em princípio, é o aumento do poder aquisitivo, mas, a partir de certo ponto, passa a ser a comparação entre o poder aquisitivo próprio com o da pessoa próxima. Ou seja, uma sociedade que cresce menos, mas tem maior igualdade de renda, tende a ter menor tensão social que outra que cresce muito, mas tem uma grave disparidade de renda. Especialmente se a pessoa média não vislumbra possibilidade real de ascensão ao estrato mais elevado. Ou seja, o combo desigualdade de renda e falta de perspectiva de ascensão é fomentador de conflitos. E isso é muito relevante em tempos de obsolescência da educação, de profissões, de robotização intensa e de precarização do trabalho (economia de bico).
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O novo mundo do trabalho - #16 de 49
oxe  
em 04/06/2019 15:39
Mais ainda, esse processo de mudança social não tem ocorrido uniformemente. Como Harari fala nas palestras e livros dele, tem ocorrido um novo processo colonizatório fundado em dados. Estamos num equivalente tecnológico do que Marx chamou de "acumulação primitiva de capitais", ou seja, aquele período da colonização de terras por países europeus em que havia uma corrida por absorver recursos das colônias e aprimorar a infraestrutura da metrópole. Uma vez que o parque fabril desses países se desenvolveu, eles estavam na frente na competição (tecnológica, industrial, educacional, etc).

No caso, há poucas corporações e países que largaram na frente pela corrida por inteligência artificial e, para alimentar e aprimorar sua tecnologia, precisam justamente de dados. Estão numa corrida intensa por esse recurso escasso. A questão é que, uma vez que esses países e empresas se desenvolvam, é muito difícil para outros países mais atrasados conseguirem competir em pé de igualdade porque eles estarão muito atrasados em termos de tecnologia e não terão dados "exclusivos" que possam aprimorar a tecnologia. Isso é agravado porque o desenvolvimento tecnológico tende a ser exponencial.

Então temos três grandes eixos aí :

1- decadência universal do sistema de proteção social, com a tendência a agravamento de conflito e desordem, como houve no fim do século XIX e início do século XX;

2- no âmbito econômico interno de cada país, uma tendência pela substituição de setores inteiros da economia pelo setor de TI. Ou, melhor dizendo, TI deixa de ser um setor e passa a ser componente obrigatório de todos os setores. O problema aqui é que trabalhos em TI exigem alto nível de educação. Então temos uma massa de trabalhadores sem qualificação que tendem à precarização e marginalização. Isso gera as condições e reforça a falência do sistema de proteção social primário (trabalhista) e secundário (seguridade social). Além disso, existe uma tendência por mudanças cada vez mais rápidas. A maioria das pessoas terá que mudar de trabalho várias vezes durante a vida. Isso tende a agravar o cenário de seleção natural, já que poucas pessoas são adaptadas, hoje, a essa velocidade;

3- no âmbito econômico entre países, existe um novo processo colonizatório fundado em dados voluntários, em nível tanto individual (como os dados de nossos celulares) como em nível macro, através de convênios entre grandes empresas de tecnologia e cidades/países para coleta de dados (exemplo, para alimentar os carros autônomos ou sistemas de cidades inteligentes). Uma vez atingido um ponto crítico variável em cada caso, torna-se quase impossível aos demais agentes econômicos, em países periféricos, competirem nessa nova economia fundada na universalidade do TI. Então o processo de assimilação dos países periféricos a essa economia, em larga medida, passa a ser um processo vertical, de fornecimento de recursos primários (dados) e de prestação de serviços de baixa/média qualificação. Uma vez que esses serviços tendem a sumir, o que sobra para os países periféricos na economia globalizada? Daí a urgência por entrar nessa economia logo e ter condições de concorrer (Harari fala sobre isso também).
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O novo mundo do trabalho - #17 de 49
LUZ  
em 04/06/2019 15:43
@fuss

Menos segurança sim,menos dinheiro não necessariamente

Na reportagem que postei,tem gente até ganhando mais do que no emprego formal

E essa pretensa segurança dada pelo Estado é ilusória e até prejudicial aos próprios trabalhadores
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O novo mundo do trabalho - #18 de 49
naoeoxi  
em 04/06/2019 15:53
rapaz, esses aplicativos estão colocando comida na mesa de milhares e milhares de pessoas que estavam desempregadas, desesperançadas..  e estão servindo a milhões de pessoas . mas tem gente preocupada se os motoristas tem férias ou décimo terceiro.. em plena crise previdenciária.. isso é solução e não o problema.. será que vocês estão míopes a esse ponto ?
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O novo mundo do trabalho - #19 de 49
LUZ  
em 04/06/2019 16:07
@oxe

Apenas algumas considerações:

-Sociedades igualitárias tem menos conflitos e tensões sociais,podem até ser,porém elas trazem dentro de si mesmas o próprio germe de sua destruição futura,pois quanto mais essa igualdade forçosamente buscada por políticas estatais atinge graus elevados,mais sobrepuja o dinamismo da economia,a destruição criativa,inibe investimentos produtivos via fluxos de capitais,estimula a emigração de cérebros jovens,ambiciosos,talentosos e de espírito inovativo,etc

No longo prazo estas políticas só fracassam

-Não sou conhecedor de legislação trabalhista,muito menos do exterior,se não me engano vc trabalha na justiça do trabalho,ou órgão assemelhado,conhecimento que eu tenho de leitura de orelha é que o Brasil e a Europa são ultraprotetores ao trabalhador,nos EUA e na China estes direitos são mínimos

Não à toa a Europa é outro continente que está afundando

-Estas turbulências no final do séc. XIX e início do séc. XX que vc menciona marcaram o fim da Pax Britannica

Estamos assistindo agora ao fim da Pax Americana,se não me engano já comentei isso aqui

Serão tempos difíceis e muito turbulentos,como foram o fim do séc.XIX e início do XX
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O novo mundo do trabalho - #20 de 49
naoeoxi  
em 04/06/2019 16:12
brasil precisa produzir mais, vender mais ,servir  mais.. quem tá fazendo isso como esse garoto da bicicleta já está fazendo mais que qualquer burocrata, de qualquer esfera pública. 
tá fazendo muito mais. 
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O novo mundo do trabalho - #21 de 49
LUZ  
em 04/06/2019 16:14
Sistema de aposentadorias e welfare state vão deixar de existir,pois forças demográficas e de inovação/aumento de produtividade vão corroborar simultaneamente para isso;

Agora,tem gente que vai se revoltar e ficar esperneando;

E tem os que vão se preparar/já estão se preparando para esta nova realidade
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O novo mundo do trabalho - #22 de 49
oxe  
em 04/06/2019 16:23
@LUZ

O grande desafio econômico tem sido conciliar a proteção social com a liberdade econômica que promove o crescimento. Existem alguns países que conseguem ter ambas, mas pra isso precisam ser uma espécie de condomínio de luxo, com fortes barreiras imigratórias.

Como esse desafio vai se desenrolar no futuro, eu não sei. Mas acho que esses países tão bem posicionados na nova economia porque geralmente têm alto nível de instrução média da população e alguns são polos tecnológicos.

Outra coisa legal desses países (nórdicos, no caso) é que a proteção social lá não depende apenas do Estado. Na verdade, a própria sociedade tem normas de conduta de proteção social, coisas como doação, ir checar no vizinho se ele tá doente, essas coisas. Tem várias reportagens interessantes, depois busco aqui, são países com uma cultura bem peculiar.

Sobre legislação trabalhista, é um mito de que não há normas trabalhistas lá nos EUA. Muita gente fala isso, fala que não tem jurisdição trabalhista, etc. A verdade é que os EUA, assim como a Inglaterra, entre outros, tem um sistema jurídico chamado common law, que é baseado em precedentes judiciais e em poucas leis. Aqui no Brasil e na maior parte da Europa o sistema é o da civil law, que é focado em leis escritas e públicas de conteúdo abstrato.

Então, na verdade, a legislação trabalhista estadunidense é apenas menos evidente, ela não está tanto em leis, mas nos precedentes e em acordos com sindicatos. De fato, em geral existem menos regras trabalhistas abstratas lá, algumas categorias mais fortes têm mais direitos e outras, mais fracas, têm menos. Mas o controle judicial é bem intenso, mais do que aqui.

Por exemplo, salvo engano a primeira decisão reconhecendo que motorista de Uber é empregado veio dos EUA. Lá é comum que o juiz mande o trabalhador demitido de volta pro emprego se ficar privado que a dispensa foi discriminatória. Lá tem um controle muito rígido de assédio moral e sexual. Assim por diante.

O que eu acho mais correto dizer é que os EUA têm menos direitos sociais universalmente garantidos que a média. Lá é mais caso a caso, coisa que acho bem interessante (mas que tem muito potencial de abuso no Brasil, depende muito de boa fé e de sindicatos funcionais).
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O novo mundo do trabalho - #23 de 49
oxe  
em 04/06/2019 16:26
Quanto ao fim da Pax Americana, concordo completamente. É exatamente isso.

Inclusive, meu palpite é que vamos caminhar para um modelo mais oriental de sociedade. Se você for observar países como Cingapura e China, existe uma mistura de Estado forte e economia forte com proteção social quase nula, alta competitividade e eliminação de pessoas não adaptadas ou marginais (inclusive literalmente em alguns casos), e um forte sistema de coesão social provocado por uma cultura relativamente fechada.

É uma coisa completamente diferente tanto da economia planificada quanto do Estado liberal.

Outro modelo que deve conviver aqui e ali é o nórdico. Mas, pelas suas características, vai ser em países isolados e com barreiras imigratórias.
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O novo mundo do trabalho - #24 de 49
thiagofer70  
em 04/06/2019 16:39
pedalar 50 km por dia num trânsito do caceta que não tem lá muito afeto por ciclistas pra ganhar 60 reais em uma jornada de 12, 13 horas... rapaiz... 


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O novo mundo do trabalho - #25 de 49
oxe  
em 04/06/2019 16:41
Ninguém é contra os aplicativos aqui, não. A questão não é essa, é de macroeconomia.

É verdade que muita gente recorre a esses aplicativos porque tá passando fome. Se recorre, é porque não tem alternativa melhor. Agora, a própria Uber disse que vai trocar os motoristas por carros autônomos eventualmente. Pra onde esses motoristas vão, se não têm nada melhor que o Uber? Pra trabalhos piores ainda, os melhores que encontrarem na ocasião. É uma espiral negativa que forma a chamada economia de bico. São pessoas que não têm competências, habilidades e atitudes suficientes pra construir alternativas melhores.

É claro que em qualquer sistema sempre vai ter gente que se dá bem. Sempre vai ter gente que se prepara e fica acima da média. Mas e quem está na média ou abaixo dela? Esse é o X da questão. Políticas públicas como salário-mínimo não são pensadas pra quem tá acima da média. E eu tô ciente de que elas simplesmente não funcionam, existe uma falência social.

Vejam que não tô isentando a responsabilidade individual, mas a questão é que não importa de quem é a culpa quando muita gente passa fome. O resultado é conflito do mesmo jeito.

Sete bilhões de pessoas é muita gente...
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O novo mundo do trabalho - #26 de 49
OuroReal  
em 04/06/2019 17:03
É isso aí, uma questão muito espinhosa e preocupante.
Também noto esta "virada" para o Oriente, em especial a China, em um modelo muito questionável de existência.
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O novo mundo do trabalho - #27 de 49
darthtrader  
em 04/06/2019 18:18
Lei da oferta e da procura.

Mundo globalizado.

Sem fronteiras de comunicação.

Nível educacional global muito melhor em rlação a algumas décadas atrás.

Em resumo, seja o melhor no nicho de mercado em que você atua.
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O novo mundo do trabalho - #28 de 49
Rothschild  
em 04/06/2019 18:31
Só tenho uma coisa a dizer sobre a primeira matéria, do garoto ciclista: me encho de tristeza por ver que ainda estamos condenando pessoas a uma existência miserável.

Abraço.
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O novo mundo do trabalho - #29 de 49
naoeoxi  
em 04/06/2019 18:32
@oxe, você tá chamando a solução de problema e o problema de solução 
não tá percebendo isso não ?

pessoas sem competências estão tendo trabalho. antes não tinham
você está chamando trabalho de bico como se bico não fosse trabalho

quando o uber tiver carro autônomo, outros aplicativos precisarão de gente.
aliás eles já existem nos eua  como o care.com que busca babysitters, cuidadores de idosos, etc. 

trabalhar por conta própria na hora que quiser quando quiser, seja como ocupação principal, seja como complemento de renda é solução e não o problema.

o problema é onerar o trabalho com custos que são tirados do bolso de quem paga e de quem recebe.
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O novo mundo do trabalho - #30 de 49
oxe  
em 04/06/2019 18:39
@naoeoxi

Eu não tô entrando nesse mérito. Pelo contrário, como eu disse, não sou contra os aplicativos. O problema não é ter trabalho, mas que a qualidade do trabalho disponível para pessoas sem competência está decaindo e isso tem um custo social. A ultima vez em que isso ocorreu houve uma série de greves e de movimentos sociais que geraram todo o tipo de conflito. Estamos caminhando pra isso novamente, pra convulsão social.

A solução óbvia seria que a maioria das pessoas tivesse competência suficiente pra ter trabalho de qualidade num mundo de robôs. Como passar do que temos hoje para esse estágio? Essa é a questão.
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O novo mundo do trabalho - #31 de 49
naoeoxi  
em 04/06/2019 19:36
o que está decaindo não é a qualidade , mas a oferta, porque justamente o custo da formalidade inibe a contratação . (aqui no Brasil)

e veja que nos eua o salário desse tipo de emprego sem competência está subindo porque justamente as pessoas estão podendo escolher onde e como trabalhar.

https://techcrunch.com/2019/04/11/amazon-ceo-jeff-bezos-challenges-rival-retailers-to-raise-their-minimum-wages-too/
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O novo mundo do trabalho - #32 de 49
LUZ  
em 04/06/2019 19:53
Não vejo precarização de trabalho nenhum também,e sim oportunidades

Acho fabuloso um menino ganhar dinheiro com uma simples bicicleta

Mas outros já veem isso como uma existência miserável

É uma questão de perspectiva mesmo,trabalhar no Brasil sempre foi mal visto
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O novo mundo do trabalho - #33 de 49
naoeoxi  
em 04/06/2019 19:59
pessoal se espanta que ele leva pra casa 60 reais mas se esquece que o salário mínimo é 35 reais.. não entendo essa indignação seletiva.  se trabalha é coitado...o certo é esperar cair do céu ?
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O novo mundo do trabalho - #34 de 49
LUZ  
em 04/06/2019 19:59
E o tópico descambou para outro assunto,que é a possibilidade de extermínio de funções por causa de robôs,IA,etc

As notícias que postei não tratam disso

E sim de aplicativos que estão dando oportunidades de renda para pessoas que de outra maneira estariam passando necessidades

Estes aplicativos estão dando uma brecha de escape da ultrapassada,ridícula e anacrônica legislação trabalhista brasileira,que só faz com que ninguém abra negócios e empregue pessoas

Estes aplicativos não estão varrendo empregos,e sim CRIANDO...e por tabela aumentam a produtividade da economia

Faço minhas as palavras do Naeoxi neste tópico
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O novo mundo do trabalho - #35 de 49
LUZ  
em 04/06/2019 20:02
@naoeoxi

"não entendo essa indignação seletiva.  se trabalha é coitado...o certo é esperar cair do céu ?"

Ou praticar assaltos,pedalar 12 horas por dia pra quê?

Muito assaltante pensa assim,é da cultura do país

Dizem que essa associação do trabalho com algo degradante,vergonhoso,indigno e exploratório é por causa do nosso histórico escravista
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O novo mundo do trabalho - #36 de 49
Rothschild  
em 04/06/2019 20:19
@LUZ, talvez tenha me expressado mal.

O que me enche de tristeza não é ver o garoto trabalhar com uma bicicleta. O que me enche de tristeza é ver que, tão jovem, ele é obrigado a trabalhar com uma bicicleta enquanto deseja trabalhar com outra coisa.

A existência miserável é a falta de recursos (materiais, intelectuais etc) que o priva de ser livre para poder ser comissário de bordo, que é o que ele deseja. Fico me perguntando se, por exemplo, ele tivesse tido a mesma oportunidade que eu tive (tive a mesma origem que ele, inclusive nasci no bairro onde ele vive hoje), de estudar em escolas onde minha curiosidade foi estimulada, o que ele estaria fazendo da vida agora. Saber que existem pessoas obrigadas a viver de uma determinada forma por não terem tido acesso a uma formação (e/ou orientação) decente é a causa da minha tristeza.

E pode ficar à vontade para me citar nominalmente, não me ofendo com isso.

Abraço.
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O novo mundo do trabalho - #37 de 49
naoeoxi  
em 04/06/2019 20:22
É típico do brasileiro diminuir as pessoas pelos trabalhos que realizam. Isso sim eu acho triste. 
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O novo mundo do trabalho - #38 de 49
Rothschild  
em 04/06/2019 20:33
@naoeoxi, não diminuí o rapaz em momento algum. Apenas disse que me entristece saber que ele não tem escolha.

Como disse no comentário acima, tive a mesma origem do garoto e gostaria que ele tivesse tido mais oportunidades.

O trabalho dele é digno como qualquer outro. O problema não está no trabalho, mas na falta de oportunidades que o levou a esse trabalho contra a sua vontade.

Seria um acinte eu diminuir o garoto sendo neto de doméstica e zelador.

Abraço.
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O novo mundo do trabalho - #39 de 49
LUZ  
em 04/06/2019 20:43
@Rothschild

Pois eu considero que a sua colocação foi feita fora do contexto do tópico,o que o aplicativo em questão tem a ver com estas considerações suas "de que o mundo é injusto e deveria ser melhor"?

A vida do rapaz iria estar PIOR sem o aplicativo,e não melhor

Sem o aplicativo,a bicicleta dele seria uma tralha largada em algum canto,com o aplicativo ela se tornou um ativo,um meio de produção,uma forma de se obter renda

Estes aplicativos aumentam enormemente a produtividade da economia,pois transforma em ativos bens que de outra forma seriam passivos,estariam largados,sem função econômica

Uma bicicleta,uma casa largada no campo que a família só usa em férias,um automóvel

Tudo isso está gerando renda a partir destes aplicativos,não vejo como alguém possa ser contra isso ou ver isso de forma negativa
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O novo mundo do trabalho - #40 de 49
Rothschild  
em 04/06/2019 22:59
@LUZ, você está correto! Meu comentário não foi sobre a questão dos aplicativos. Eu apenas me identifiquei com a história do ciclista, e lamentei o fato dele não poder trabalhar com aquilo que ele deseja, e de se ver obrigado a trabalhar com outra coisa por não ter oportunidade.

Eu não entrei no mérito da oportunidade de renda gerada pelo aplicativo, de modo que supor que eu seja contrário, ou veja com maus olhos, não faz sentido.

Eu acho péssimo, como alguém de origem extremamente humilde, ver alguém passando pelo que passei, uma geração depois de mim. É triste demais saber que não conseguimos entregar, como sociedade, oportunidades para que nossos concidadãos, e descendentes, não tivessem que recorrer a expedientes indesejados para gerar renda.

No fim das contas, acabei metendo os pés pelas mãos por comentar com as vísceras — mas esse é meu calcanhar de Aquiles, pobreza e ignorância me são traumáticos.

Abraço.
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O novo mundo do trabalho - #41 de 49
stunts  
em 05/06/2019 13:12
É comum termos pensamento de wishful thinking quando o assunto são pessoas trabalhando em situações que o senso comum considera como "rebaixadas".

Mas, assim como guerras que objetivam garantir liberdades e mesmo assim morrem pessoas, haverá sempre aqueles que perecerão no desenvolvimento econômico de uma sociedade. 

Podemos ter misericórdia e desejar que não fosse assim, mas não passa de um desejo fugaz, que passa assim que nosso lanche no Uber Eats bate à porta.
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O novo mundo do trabalho - #42 de 49
Rothschild  
em 05/06/2019 13:48
@stunts, com aquele respeito que nos é peculiar, discordo do teu comentário.

Não se trata de wishful thinking ou misericórdia, porque a solução para o problema não apenas existe, como é amplamente conhecida. Se olharmos para a história recente dos países recém-ingressos no mundo desenvolvido (Coréia do Sul, Singapura, Hong Kong etc), a liberdade econômica, combinada à um investimento agressivo em educação, tem dado resultados incontestáveis.

É essa a razão do meu incômodo: saber que temos como resolver o problema, mas preferimos não resolver, e condenar pessoas à privação da liberdade (porque trabalhar com algo que não se gosta por necessidade financeira é uma privação). A sociedade de mercado tem por objetivo gerar prosperidade, e estamos falhando miseravelmente em fazê-lo, por razões amplamente discutidas pelos colegas ao longo do tópico.

Perecer no desenvolvimento econômico é consequência inevitável, mas ser condenado a perecer sem chance de defesa é desumano.

Abraço.
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O novo mundo do trabalho - #43 de 49
Plutus  
em 05/06/2019 14:01
Eu entendi o ponto que o @oxe quer chegar. Ele meio que volta a hipótese do dispêndio keynesiana que, de certa forma, ainda é aplicada hoje com seguro-desemprego (em quase todos os países) e algum acesso a aposentadoria. Ele argumenta que essa precarização pode levar uma volta do que ocorreu na crise de 29, quando uma queda brusca de um elemento financeiro, causou uma espiral de queda na economia americana da ordem de 30%, pois as famílias pararam de consumir por desemprego em massa e medo de perder emprego (dos que sobraram).

Os ciclos econômicos irão ficar mais bruscos, ao menos pelo que entendi da ideia do @oxe, e as disparidades econômicas irão aumentar.

Eu penso assim, não existe proteção ao risco. O Estado do Bem-Estar Social veio na ideia de proteção ao risco, dar estabilidade para as pessoas. Contudo, nada é garantido na vida e a queda desse estado está jorrando as pessoas de volta a essa realidade nua e crua.

Mesmo o Estado Keynesiano acabou acarretando em estagflação, pois, depois de recuperadas as ociosidades de produção pós duas guerras mundiais, o ganho de produtividade não conseguia seguir o ritmo acelerado para garantir os crescentes salários e gastos com social. A estagflação foi a volta a realidade, os salários foram corroídos pela inflação e faltava emprego.
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O novo mundo do trabalho - #44 de 49
stunts  
em 05/06/2019 14:08
Oi, Rothschild!

Eu continuo achando que seria wishful thinking, mas entendo seu ponto de vista. Não o condeno por isso. rs

Mesmo nos países que vc citou, há pessoas que podem estar na situação desse menino, guardadas as devidas proporções ou, até, pior. Ou há zero miséria nesses países? Basta 1 para quebrar a hipótese e sobrevir o wishful thinking.
Eles se desenvolveram mais que nós por uma miríade de fatores, entre os quais os citados por você, mas nenhum mais importante do que o outro. Educação é sempre importante, assim como cultura, assim como liberdade econômica, assim como caridade entre os cidadãos.

Dizer que estamos falhando miseravelmente em gerar prosperidade pela sociedade de mercado pressupõe dizer que há uma alternativa viável e disponível que seria melhor, não acha? Muitos que pensaram assim colaboraram para um dos maiores genocídios da história. Porque não basta virar a chave para "modelo Coreia do Sul". A chave pode cair em algum modelo de país africano.
Também discordo que estamos falhando em gerar prosperidade quando se observa quaisquer indicadores, seja mortalidade, violência, acesso a produtos, educação, enfim, de décadas anteriores, principalmente no início do século XX. Tem gráfico nesse sentido perdido por outros tópicos daqui.
A sociedade mercado gera prosperidade sim, mas com algum lixo produzido no caminho, como é natural de qualquer sistema econômico.

Por fim, chance de defesa é um conceito muito fluido e passível de várias interpretações, inclusive por quem sofre o ataque. Até Vitor Frankl, condenado a viver em campo de concentração, pôde achar refúgio e dar a volta por cima nas condições em que se encontrava. Levei o argumento ao extremo para demonstrar a fluidez do conceito antes que me acusem de maluco.

Bem, espero que eu tenha me feito entender.

Abraços!
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O novo mundo do trabalho - #45 de 49
Rothschild  
em 05/06/2019 14:53
@stunts, acho que entendi seu ponto e, de fato, qualquer um pode ter qualquer destino com qualquer sistema.

Meu ponto é que conheço a realidade do bairro onde o garoto vive, por ter nascido e vivido nele, e sei da qualidade questionável do ensino das escolas públicas da região — é um bairro bastante desassistido, onde o espírito comunitário tenta compensar a ausência deliberada do Estado — deliberada porque há responsabilidade objetiva do Estado quanto à educação.

O que quis dizer é que casos como o dele são muito comuns por lá, isso quando jovens não cedem ao crime. São raros os que conseguem sair daquela realidade — eu mesmo saí a um custo altíssimo.

O caso deste garoto deveria ser exceção, mas é regra — basta ver nossa renda média, que não chega a R$ 1.5k.

Por isso, insisto: há solução para o problema, e está ao nosso alcance promovê-la.

Se não fosse possível, ou se eu estivesse tomando por regra a exceção  concordaria com o wishful thinking.

Abraço.
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O novo mundo do trabalho - #46 de 49
celtiberian  
em 05/06/2019 17:38
Notem o caso do motoboy que cobrava R$80 mas no app tem por R$23. Isso ocorreu pois antes quem queria trabalhar de moto algumas horas não sabia nem como começar, agora é só baixar um app e se cadastrar. Sem falar na concorrência das bicicletas.

A internet vai trazer achatamento das margens e ganhos para todos. Ninguém vai ficar ileso. Todos vão ter que encontrar alternativas pois a eficiência geral do mercado vai ser ampliada e com isso os preços ficarão mais próximos do equilíbrio. Nem profissões nobres e teoricamente "protegidas" vão ser salvas, pois um cliente com whatsapp querendo melhor preço faz 5 cotações de qualquer coisa (médico, advogado, arquiteto) em poucos minutos.

Na outra ponta, há os brasileiros que estão ganhando graças à internet e trabalho remoto, ou seja, estão do lado ganhador desse achatamento. E não é só quem faz entrega de bike. O grupo hoje que mais se beneficia são programadores trabalhando para os EUA, para o contratante é ótimo pois qualquer eng de software competente na bay area é $100-200k/ano e o brasileiro faz o mesmo trabalho por $50-60k (200k/ano ou mais, valores que quase nenhuma empresa BR paga a programador).
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O novo mundo do trabalho - #47 de 49
celtiberian  
em 05/06/2019 18:27
@oxe

A mesma tecnologia que achata ganhos também é a que permite a qualquer um aprender algo para melhorar seus rendimentos. O ser humano age por incentivos, se amanhã não conseguir pagar as contas com uber e não tiver alternativa a não ser aprender algo diferente, é bastante provável que a pessoa irá buscar onde e como aprender algo diferente (e esse onde e como é bastante facilitado pela internet).

Lembrando que todos reais que as pessoas economizarão em transporte pessoal ou frete de cargas quando vierem os veículos autônomos serão reais a mais consumindo outra coisa ou sendo poupados para investimento, e isso vai aditivar outros setores e gerar mais vagas.

Além do Uber autônomo futuro, tem outros casos de automação acontecendo aqui e agora, de maneira imediata. Robôs de atendimento por voz ou chatbox já substituem operadores humanos. Já conheço pessoas que trocaram diarista por robozinho que limpa o chão + limpeza manual no resto (e no futuro algum robô limpará tudo). Porteiro eletrônico substituindo porteiro. Câmeras e sensores substituindo guarda presencial. Tudo acontecendo aqui e agora, e as economias geradas vão terminar em outros setores, como comentado acima.
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O novo mundo do trabalho - #48 de 49
Sun135  
em 06/06/2019 09:08
eu ia escrever algo, mas o celti já disse a maior parte, vou parar de comentar e apenas subscrever os comentários dele...

pessoal, o mundo mudou radicalmente, não tem choro nem vela, adapte-se ou passe fome.

O garoto da bicicleta não vai passar.
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O novo mundo do trabalho - #49 de 49

Notificar 1º comentário 1º comentário do autor Só moderadores Só quem eu sigo Ordenar por gostei

Você está em #VAILAEFAZ > O novo mundo do trabalho
por LUZ em 04/06/2019 12:17

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