Gigantes sempre na frente
comentada em 20/11/2019 15:38

@Bastter aprova: chega de reuniões longas!

“ dando a sexta feira de graça” .....  sei ,tipo almoço gratis ???

#1 rule : ninguém da nada para ninguem

Lembrei de um desenho do Garfield. Como ele odiava segundas-feiras com uma magia conseguiu com que elas desaparecessem. Obviamente depois de um tempo passou a odiar as terças-feiras.

Se o empregado não tem tempo livre ele não pensa, se não pensa ele não cria. Se não cria, a empresa fica dependente de um corpo seleto de profissionais que estão lá para criar.

A cultura deles valoriza muito o esforço, bem mais que o resultado, mas a verdade é que muito esforço atrapalha o resultado.

Como diria Adam Smith: O bom funcionário procura melhorar os meios de produção para diminuir seu próprio esforço. 

Li um texto faz uns anos sobre esse mesmo tema. Era o caso de uma empresa indiana na área de TI que reduziu a carga de trabalho e ganhou produtividade. Parece que uma queixa lá no país é essa mentalidade dos empresários, de que hora de trabalho = produtividade. Existe uma cultura de controlar horários, de chegar mais cedo que os empregados e sair depois, mas na prática essa pressão faz os trabalhadores fingirem que trabalham em boa parte do tempo.

A lógica é a de que o trabalhador tende a dar importância ao que a cultura organizacional valoriza. Se o que a empresa valoriza é produtividade, independente de horário, então o trabalho é feito quando é mais produtivo e existe uma tendência a inovar mais, tudo para produzir mais. Quando a empresa valoriza o controle de horário, o bater ponto, parte do foco do trabalhador é desviado da produção para o estar presente. A tendência é que o trabalhador esteja no trabalho mesmo quando não está produzindo.

Ou seja, é uma questão de foco. Ou você foca no horário de trabalho e a produção é consequência; ou você foca na produção e o horário de trabalho é consequência. Os trabalhadores vão entregar resultados conforme o foco da empresa.

Isso tudo é válido para trabalhos de mais alta qualificação. Para trabalhos de baixa qualificação, normalmente o trabalhador não tem espaço para inovar e o trabalho (que é mecânico) se confunde com a presença física. Mas esses trabalhos de baixa qualificação estão sumindo...

Acho que o lugar não é coincidencia. Japão provavelmente é o país mais workalcholic do mundo, então é de se esperar que eles estejam "esgotados" e que uma pesquisa desse tipo de esse tipo de resultado, equilibrio e bom senso né pessoal. Não to dizendo que eles fazem isso por ser coitadinhos, é cultural mesmo.


"Japan has some of the longest working hours in the world.

Nearly one quarter of Japanese companies require employees to work more than 80 hours of overtime a month, according to a 2016 government survey. Those extra hours are often unpaid."


"A study by Expedia found that Japanese workers on average didn’t use 10 of their paid vacation days, and 63 percent of Japanese respondents felt guilty for taking paid leave."

Cultura muito diferente da nossa, praticamente oposta

@HaunterEvoluido saudável n é

Infelizmente eles não vão trazer isso pro Brasil tão cedo, mas o pessoal que trabalha no setor  pode sonhar... MSFT costuma ser trendsetter nessas questões de recursos humanos.

No RS, o Governador protocolou uma reforma administrativa que prevê trabalho remoto. 

@Thiago Quando li o headline pela primeira vez, a primeira coisa que pensei foi: parece manchete tendenciosa e, sem saber os dados de hora extra, o resultado fica mais nebuloso ainda. Interessante foi a análise do tal do Arara, bem destrinchado. Obrigado pelo post !

"Ou seja, é uma questão de foco. Ou você foca no horário de trabalho e a produção é consequência; ou você foca na produção e o horário de trabalho é consequência. Os trabalhadores vão entregar resultados conforme o foco da empresa" perfeito @Oxe
Se precisa de controle pra tudo não contratou bem, é preferível gente que veste a camisa do que atores ou cães adestrados, EXCESSO de controle acaba com gente bem intencionada, eu presenciei isso.

"Existe uma cultura de controlar horários, de chegar mais cedo que os empregados e sair depois, mas na prática essa pressão faz os trabalhadores fingirem que trabalham em boa parte do tempo."



Perfeito. Como já diria o filósofo Vampeta: "Eles fingem que pagam e a gente finge que joga."

Pessoas reagem a incentivos e, muitas vezes, o aspecto financeiro é o de menos, sobretudo para as gerações dos millenials e abaixo. Muita gente (sobretudo quem não é casado ou não tem filhos) vai preferir se matar de trabalhar de segunda a quinta para poder ter um final de semana de 3 dias. E vai preferir ter essa flexibilidade do que um aumento de salário.

Viram na notícia que tem o link original no Japão?
Bem fácil entender 



??3???????4?????????????????????? | ?? xTECH(??????)

"Existe uma cultura de controlar horários, de chegar mais cedo que os empregados e sair depois, mas na prática essa pressão faz os trabalhadores fingirem que trabalham em boa parte do tempo."

Isso é muito verdade. Meu ultimo emprego tinha um chefe que prezava muito esse negócio de trabalhar hora extra e ser o último a sair
Achava ruim quando saia na hora.
Nas primeiras semanas eu até que rendia um pouco mais.
Depois de um tempo eu tava fazendo em 10-11horas a mesma coisa que faria em 8h

mas isso varia de negócio para negócio, não existe um certo universal

Isso dá pra fazer no Japão onde o cara se chega 5 minutos atrasado se ajoelha pedindo perdão e caso seja demitido se mata com uma espadada nas tripas.

Precisa não só de uma ética de trabalho exemplar, mas também regras de trabalho flexíveis. No Brasil é praticamente proibido, por jurisprudência, cobrar alguém só por tarefas/resultado/output, sem horas e controle de ponto, salvo cargo de confiança. Depois a pessoa alega que fazia horas extras para cumprir as tarefas passadas, diz que nem horário de almoço tinha e ganha tudo na justiça trabalhista. Infelizmente a CLT é feita para peão apertando parafuso em fábrica e nunca serviu para quem trabalha por objetivos (seja um executivo ou trabalhador do conhecimento).

Celtiberian, desde a CLT originária (1943) já era permitido celebrar contrato de trabalho por produção (e não por horas) - art. 78. Trabalho na área há um bom tempo e nunca vi nenhuma empresa adotar essa modalidade de contratação. Acho que nossas empresas é que não tem essa cultura de "desapegar da carga horária" e também não investem na estruturação jurídica preventiva de qualidade.

Modos de aferição do salário: vantagens e desvantagens

@rsvalentini

No seu próprio link está por que ninguém faz, você leu ele até o fim? Trabalhar 44 horas é objetivo, determinação de tarefas que "possam ser cumpridas sem excesso de horas e laborar em um ritmo prejudicial" (sem falar em todo o resto do trololó ) é subjetivo, é garantia de problema depois e de pagar gordas indenizações, para quem quiser fazer dentro da lei. Está escrito no seu artigo: você vai se ferrar na justiça trabalhista se tentar usar algo diferente de hora (escrito em juridiquês: "O modo de aferição do salário mais compatível com as regras e princípios do Direito do Trabalho é o salário por unidade de tempo"). Trabalhar por tarefa é tão garantia de dar merda que o trabalho por objetivos dentro da CLT, para os poucos corajosos que ainda fazem, é colocando como cargo de confiança (para executivos) ou trabalho externo, ambos casos geralmente rolo, mas com menos risco que pagamento por tarefa CLT. Ou ainda a boa e velha informalidade ou pejotização.

O artigo não é meu, Celti rs.

Não tenho nenhum interesse em defender a lei, polemizar ou convencer ninguém, por isso só linkei um dos primeiros resultados que vi que estabelece a distinção doutrinária entre salário por unidade de tempo, por unidade obra e por tarefa de forma clara. Você vai encontrar essa definição em outros manuais também.

No mais, posso te falar por experiência que apostar na informalidade e pejotização - ou mesmo cargos de confiança ou trabalho externo - resulta em ferro ainda maior na Justiça do Trabalho do que celebrar ajustes de pagamento por tarefa. Esses casos eu vejo com frequência e, mesmo assim, as empresas continuam fazendo.

Aqui no Brasil temos o paradoxo tostines da relação de emprego que resulta na máxima do Vampeta: tanto empregados quanto empregadores gastam muito tempo e esforço para burlar a lei e levar vantagem indevida ao invés de criarem uma cultura de respeito mútuo e foco no trabalho.

Abs

@rsvalentini

Pra mim a conversa acabou aqui:

"Celtiberian, desde a CLT originária (1943)..."

 

1943 Hitler tava vivo cara. TUDO NO MUNDO INTEIRO mudou, menos a lei trabalhista brasileira.

Se eu decidir montar uma empresa de tecnologia, renovação, vou e monto nos EUA e emprego americano mas nunca no Brasil, esquece.

 

Já diria Racionais:

 

"500 anos de Brasil e nada mudou".