Terça-feira, dia 10 de março de 2020, o serviço estava tranquilo e resolvi ir embora num horário nada convencional. Pedi dois ubers e cancelei os dois, pq decidi que ia embora de bicicleta até pq tinha ido com ela de manhã cedo. Cogitei a idiota ideia de ir sem capacete. Por sorte, subi até o vestiário e peguei ele. Nem troquei de roupa, sai com a roupa social que estava trabalhando. Não havia andando nem 1 km, dos 3 que separam meu trabalho da minha casa, quando fui atingido na roda traseira por um carro. Por sorte, a única lesão mais grave foi uma região na perna que precisou receber enxerto, de resto, só arranhões e um capacete rachado depois de se chocar com o meio-fio. Passei todos esses dias de coronavírus, "oportunidades", "o mundo vai acabar", em decúbito ventral, sem poder fazer minhas necessidades sozinhos, dois dias sem poder sentar no trono, dois dias que FODASSE o quanto eu tivesse na Bolsa, eu estaria lá, podendo fazer as mesmas coisas, na mesma posição. Eu sempre fui aquele cara que nunca consegui desapegar muito de cotação, volta-e-meia entrava dar uma olhada. Aprendi deitado numa maca de hospital que isso não serve pra nada. Não tive nada grave, mas entendi da pior maneira que a Bolsa não é nada. O que importa são as pessoas que você ama te ajudando e te dando força, o que importa são pessoas que você nunca imaginou te ligando e falando que ficaram sentidas pq você é uma pessoa muito boa. A Bolsa sobe e desce muito rápido, mas o acidente não durou nem 30 segundos, então, tenham certeza que a vida é bem mais rápida e vale bem mais que qualquer queda da Bolsa.
PS: tenham um bom Plano de Saúde.
PS2: antes de pensarem em Bolsa, pensem na sua RE, foi ela que me deu tranquilidade!
Boa semana a todos!