Eu atendia uma jovem paciente com uma doença grave, enfrentando bem o seu tratamento, e gosto de checar e ouvir como as pessoas enfrentam as dificuldades da vida, essas questões sobre as quais não temos controle.
Ela me respondeu algo que parece tão direto e simples, mas profundamente real, e que quando paramos verdadeiramente para pensar é de revirar o estômago de nossa insignificância, de uma necessidade de espiritualidade, de olhar nossa própria existência de outra perspectiva
"Doutor, eu estava de inicio bem angustiada, apreensiva, então tive contato e passei a observar, acompanhando um parente com outra enfermidade em hemodiálise, crianças fazendo esse tratamento, e pensei :poxa, se as crianças passam por isso sendo quem são, quem sou eu para não aceitar o que me vem?"
É Sobre uma aceitação profunda do que não podemos mudar, sobre capacidade de adaptação a uma realidade adversa. A forma como essa paciente falou isso e como isso mudou sua postura, sua motivação, para mim, foi muito impactante