Estou lendo o excelente "The Psychology of Money", indicado aqui no fórum pelo @ebitda.
A lição de diversificar para se manter no jogo por um longo tempo é um consenso aqui na comunidade.
Um debate que vem avançando é o da convexidade nas ações.
Chamo atenção para uma parte bastante relevante disso, ilustrada com exemplos no livro.
Por qualquer métrica que você usar, a maior parte dos seus investimentos vai dar errado. Você poderá perder dinheiro, poderá apenas acompanhar a inflação, poderá perder de qualquer benchmark. Se você se concentrar nisso, provavelmente vai vender e vai destruir sua carteira.
Mas uma pequena parte, alguns poucos ativos, trarão com o tempo retornos extraordinários que representarão a maior parte do seu acúmulo de riqueza.
O autor usa o exemplo da Disney nos anos 30: Antes de produzir Branca de Neve e os 7 anões, Walt disney já tinha produzido
mais de 400 filmes que, embora tenham sido sucesso de público, não geraram lucros. Um único filme foi o responsável por mudar a Disney de patamar.
Mas sem esses 400, será que teria sido possível acertar Branca de Neve?
Um outro exemplo do livro:
Em uma reunião de 2013 da Berkshire Hathaway, foi declarado que durante toda a vida o oráculo de Omaha teve entre 400 a 500 ações, mas a maior parte do dinheiro veio de apenas 10. Como disse Charlie Munger, "se você remover alguns poucos investimentos de alta performanee, a Berkshire tem um histórico medíocre".
Ou seja, os melhores "stock pickers" do mundo, em mais de 60 anos de atuação, compraram quase 500 ações e dessas apenas 10 foram responsáveis pela maior parte do retorno.
Se formos olhar, não tem qualquer novidade nessas falas, perto do que já vem sendo discutido aqui na comunidade. Só reforça a necessidade da diversificação, tempo e aporte de valor.
Mas criei o tópico pois pra mim esses exemplos foram muito úteis para internalizar dois conceitos:
(1)não adianta acompanhar ativo individual;
(2) Para ter uma carteira que gerará bons retornos você vai ter que aceitar carregar por ANOS e ANOS investimentos que não se mostrarão frutíferos.