Como algum de vocês sabem sou médico plantonista de UTI.
Inclusive médico plantonista de UTI COVID em cenários apocalípticos verdadeiros.
Não costumo ser um pessoa reativa e nem adepta a briga.
Costumo ter nível elevado de auto-controle em situações de morte da mais variadas formas.
Inclusive colegas meus que eu via no dia-a-dia morreram.
Inclusive eu posso morrer.
Inclusive já adoeci de COVID de uma forma moderada e quase fui parar na UTI na condição de paciente. Mas consegui me tratar em casa.
Está tendo a segunda onda e eu posso adoecer de novo, mas acredito que eu vá adoecer de uma forma mais leve da que eu tive. Estou escapando pela CAPILARIDADE que a profissão permite entre diferentes instituições e estou conseguindo uma carga de trabalho menor.
É difícil aparecer com alguma forma de agravo que eu não saiba lidar. Mas pode aparecer. Tenho experiência. 10 anos de experiência na profissão pelo menos.
Estou em situação habitual de pânico.
Tenho medo dos agravos, do excesso e trabalho, da “perseguição militar das chefias”, e de ser incriminado eticamente.
Mas por incrível que pareça sei lidar com todas essas coisas.
As famílias dos pacientes costumam gostar de mim.
Mas o que tenho mais medo são alguns COLEGAS DE TRABALHO.
Tem uma colega de trabalho mulher que é francamente agressiva com quase todos, mas tem muitos aliados. Ela é especialmente agressiva comigo. É bullying por saber que não vou concordar quando ela falar mal da chefia. Pessoalmente eu acredito que é certa inveja do meu auto-controle e de ser aliado da chefia nesse hospital que trabalhamos juntos. Ela é médica hiperqualificada, cheias de especialidades médicas e consegue enlouquecer e derrubar chefias. Confesso a vocês que apesar de ser hiperqualificada acho ela completamente burra emocionalmente. Parece um cavalo batizado. E adota conduta médicas porque “tá todo mundo fazendo” incluindo as doidices.
Já tive colegas malucos, mas quase sempre consigo dissolver com boa política, afastamento, brincadeiras, memes, tirar o corpo, mudar de setor, e deixar o maluco se chocar com outros malucos.
Vou receber um plantão dela e recebo aquela carga CAVALAR DE ADRENALINA. Ela é um dos poucos demônios que não consigo dissolver. Naturalmente ela solta risadas psicopáticas no meio das discussões. Ela sempre foi assim com todos. Eu acredito que ela tem um sabor especial em me maltratar dada a minha capacidade de não reagir e não revidar. Isso faz ela enlouquecer. Da última vez, quando eu estava recebendo dela uma passagem de plantão enquanto ela gritava, eu baixei o rosto e ela gritou: VOCÊ ESTÁ PRESTANDO ATENÇÃO??? Levantei o rosto e recebi aquela carga cavalar de humilhações, dúvidas sobre condutas, acusações e hipervigilância. Em silêncio. Peguei as informações dos pacientes e fiz o plantão. O ambiente naturalmente fica caótico pedindo reorganização. São guerras mesmo. Eu penso que é razoavelmente fácil te acusar eticamente em caso de qualquer deslize ou erro. Essas coisas são possíveis.
Ela já ameaçou chefias e a chefia tenta aguentar ela pois ela tem carga horária elevada na UTI. Se ela desaparece, sofreríamos buracos imensos nas escalas de trabalho. Até porque não existem pessoas qualificadas e dispostas a exercer esse tipo de trabalho por dinheiro nenhum desse mundo.
Acho que se o Bastter comentasse alguma coisa seria:
“Evolua e vá para outro lugar”, mas isso demora um tempo.
Como é cooperativa, penso em sair assim que puder. Mas preciso ir arrumando outros lugares condições e que geram valor de mercado para mim como profissional, aprendizado e formação. Isso vai demorar no mínimo 1 a 2 anos.
Eu penso em sair desse lugar de toda maneira em algum momento, mas nada impede de irem aparecendo outras situações futuras similares em outros lugares. Já sai de emprego por conta de chefe maluco que começou a me perseguir. Hoje em dia ele continua maluco lá no hospital original mas perseguindo, despachando prejuízo e vomitando risco legal para outros. É um monstrinho.
A DÚVIDA É A SEGUINTE:
Quando eu sei que vou encontrar com ela, EU FICO EM PÂNICO. Consegui modificar a estratégia para encontrar com ela somente 1 ou 2 vezes por mês.
Já fantasiei quebrar a cara dela em público no próximo conflito, mas isso não seria inteligente. Eu preciso ser melhor e mais eficaz do que isso. Nunca entrei em conflito fisico com ninguém.
1- Tenho boa relação com os outros, penso até que a grande maioria se alivia e comemora quando me vê. Pensa que vai ter um dia mais leve.
Estou pensando em abrir essa situação com a chefia e pedir apoio, acho que tenho tudo para se “entendido”. Os chefes gostam de mim e tem ela como fonte de estresse. Ela já teve briga feia com chefes ali naquele hospital. Quem se envolve com brigas costuma ser retirado e pode se queimar em outros hospitais. Estrategicamente se eu fosse chefe eu retirava a minha pessoa física por ser mais novo, ter bem menos qualificações e ter menos carga horária, ou seja, EU SOU MAIS SUBSTITUÍVEL. O que vocês acham? vale a pena conversar com a chefia sobre isso?
2- Estou com vontade de planejar uma ameaça na justiça contra ela. No próximo conflito, eu falaria que sei o que estou fazendo... Ela não precisa me criticar.
Eu falaria: “EU GOSTARIA QUE VOCÊ BAIXASSE O TOM DE VOZ QUANDO FALASSE COM A MINHA PESSOA, POIS ESTOU DISPOSTO A ENTRAR COM UMA AÇÃO NA JUSTIÇA OU NO CONSELHO DE ÉTICA CONTRA VOCÊ.”
3- Outra possibilidade seria gravar as passagens de plantão sobre tom de ameaça e agressividade, e já chegar “batendo legalmente” de mão fechada.... ou ameçar com mais material na mão.
4- Pode ser que eu abra com a chefia. “Olha... é essa maluca daí... Não tá mais dando para trabalhar aqui não...” Eu fico meio triste de eu ser expulso na porrada, mas as vezes é preciso aceitar as perdas.
Ela é doida mesmo. A opinião é universal. O problema é que ela PRODUZ MUITO empoderada com a força de um paciente psiquiátrico. Meio que não tem como tirar ela.
Tá foda.
Opinem e me ajudem, por favor.