Em "A Lógica do Cisne Negro" Taleb cita o "Deserto dos Tártaros", romance cujo personagem Giovanni Drogo vive se preparando para uma grande guerra na qual ele acredita que sua vida e existência serão postas à prova.
Ainda jovem, Drogo é designado a uma remota fortaleza, localizada em um deserto. Nela, gasta sua carreira esperando e se preparando para uma invasão sempre temida em renovados rumores.
Só muito tarde, Drogo percebe que deixou passar anos e décadas e que, apesar de seus velhos amigos, tanto os da cidade, como os militares que passaram pelo forte, terem tido filhos, casado, e vivido uma vida plena, ele, em sua longa e paciente vigília veio acabar com nada.
Quando finalmente o ataque está para acontecer de verdade, com as tropas inimigas à vista da fortaleza pela primeira vez em todos os seus anos, Drogo, já velho e doente, é dispensado pelo novo comandante do forte. Em seu caminho de volta à civilização, Drogo morre solitário em uma pousada.
Isso reforça a importância de não vivermos numa "antecâmara da esperança", eternamente pensando no futuro, aguardando algum acontecimento ou evento, como se nosso bem estar e nossa felicidade dependessem dele.
Também não quer dizer que devemos cair na doce armadilha da antecipação, vivendo como se todos os dias fossem o último.
Precisamos ser previdentes, mas também viver o presente, cuidando de nós mesmos, da família, dos amigos, da saúde, do trabalho.
#pas
