Heartwork Carcass Heartwork Metal
Frequentemente considerado um dos fundadores do Grindcore (estilo caldeirão de extremismos que mistura Hardcore Punk, Metal extremo, anarco-Punk, Noise Rock e Rock Industrial), o Carcass foi das primeiras bandas a experimentar letras com “temas diferentes”, no caso, repletas de fascinação por instrumentos cirúrgicos (!) e terminologias técnicas típicas de livros de medicina. Vinda de Liverpool, a banda originalmente se formou em 1985 contando com Bill Steer (guitarra), Ken Owen (bateria) e Jeff Walker (vocais, baixo). Em 1987, conseguiram um contrato com a Earache Records e lançaram dois álbuns que são considerados clássicos do Grindcore: “Reek Of Putrefaction” (de 1988) e “Symphonies Of Sickness” (de 1989). “Reek...” foi um choque. Musicalmente, tudo soava como um Napalm Death do início, ainda que o som do Carcass pudesse ser visto como ainda mais radical. “Aceite-me ou fuja rápido”, esta era a proposta! “Symphonies...” tomou aquela explosão de brutalidade e levou-a a um patamar mais complexo. No início de 1990, a banda tornou-se um quarteto (Michael Amott entrou como 2º guitarrista) e lançaram outros dois trabalhos adorados no “underground” metálico: “Necroticism: Descanting The Insalubrious” (de 1991) e o EP “Tools Of The Trade” (de 1992). O primeiro continuou o desenvolvimento musical ampliando-lhes os limites estilísticos, deixando um pouco o Grindcore e migrando para um Death Metal incrivelmente feroz e centrado nas guitarras. O segundo, um EP de quatro faixas, foi lançado durante a “Gods Of Grind Tour”, prosseguiu a transição, com canções além de meras explosões Grindcore e cheias de variações de tempo. “Heartwork” (o disco seguinte, de 1993) representou, então, o salto de qualidade. Adicionando melodia àquela mistura punitiva antimusical, desacelerando tempos, ganhando ares de Iron Maiden em certos momentos (principalmente no trabalho de guitarras), o álbum ainda trouxe Walker cantando de modo mais tradicional (e não mais rugindo feito um dragão desesperado). Lançado por uma “major” (a Sony Music), o disco rendeu reações: os fãs iniciais os acusaram de ‘vendidos’. Porém, o som mais acessível (distante das obsessões sanguinolentas Grind) gerou um fantástico Death Metal e deu-lhes maior visibilidade. Intrincado, cheio de riffs incansáveis e dinâmicos, com ótimo senso de estrutura e melodia (claro, enterrada no meio da carnificina), “Heartwork”, ao longo dos anos, transformou-se num dos melhores discos de metal dos anos 90. Se não conhece, confira. http://muralcultural2.blogspot.com/2015/08/grandes-discos-do-heavy-carcass.html
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