Olá, pessoas. Eu sou um grande defensor do tempo-do-eu - me-time, para quem gosta de palavras chiques. Abrir tempo para si, para refletir sobre o que esta vivendo, o que quer viver e como quer viver.
Um espaço seguro para que eu possa olhar para as minhas percepções e ajustar o curso.
Nos últimos meses, os efeitos da pandemia tem sido tema recorrente e resolvi colocar aqui algumas das coisas que meus eus meditaram nesse período.
Não tem o propósito de ser impactante nem de ser organizado. Só estou dividindo algumas reflexões pessoais.
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É sobre pessoas, idiota! (It's about people, stupid!).Há muitos anos eu abandonei os grandes projetos de mundo e adotei o projeto de pessoas. Se só podemos ser a média de quem convive conosco, podemos buscar "pessoas melhores" ou nos comprometermos a ser o melhor possível e ajudar outras pessoas a serem as melhores possíveis. A média vai subir de qualquer jeito. Eu escolho relações com pessoas que eu gosto.
O isolamento sONcial mostrou o valor do sONcial e como somos extremamente limitados sozinhos. Mesmo se você for um daqueles que se preparam para o apocalipse, a única coisa que você poderia fazer é: nada!
O campo de ação individual é extremamente limitado, pequenas alterações desestruturam profundamente a nossa capacidade de ação.
Desenvolva-se como pessoa. Seja espaço de apoio ao desenvolvimento de quem está do seu lado.
O campo de ação individual tende a platô. A ação em grupo potencializa resultados. Ninguém mudou o mundo sozinho. Seria impossível lutar contra a pandemia sozinho.
- A vida é frágil, só o hoje é possível, o resto só é provável.Em 20 minutos tudo muda. Nos últimos anos eu acompanhei dezenas de sonhos destruídos em minutos. Não só os sonhos positivos, os negativos também. Certezas, brigas, raivas, arrowgansas, mágoas.
Em 20 minutos tudo acaba. Não importa o que façamos a vida é frágil.
É difícil viver essa realidade, não recomendo uma ultra racionalização disso, mas é importante lembrar que tudo acaba. Tudo passa. Até o que a gente não quer que acabe.
Viver o campo do possível é mais importante do que viver o delírio do provável.
- Mantenha sua vida em ordem.
A vida é um jogo de sorte, manter sua vida em ordem coloca a sorte ao seu favor.
Quanto mais você sabe buscar o lado bom da vida, menos os azares tem força para te afetar.
A sua capacidade de lidar com pequenas e grandes frustrações é diretamente relacionada a sua capacidade pessoal de gerar estabilidade.
Evite o máximo possível situações de tudo ou nada. O azar acontece sempre, todos os dias, você vai perder, o que tem mantém seguindo é ter criado uma vida estável.
- Don't be a donkeyDon’t be a donkey | Derek Sivers - Seja responsável pelas suas fragilidades, defeitos e erros
O pior hábito possível é evitar assumir seus defeitos e fragilidades. Você tem responsabilidade por tudo de bom e ruim que acontece na sua vida.
Não evite a responsabilidade dos seus defeitos, não negue suas dificuldades, não terceirize a responsabilidade.
Em momentos difíceis, todas as desculpas vão te deixar cego para os caminhos possíveis.
As narrativas e histórias que você conta para se esconder do seu eu-ruim vão impedir o caminho da mudança.
Vão impedir que você peça ajuda.
Vão cobrar caro.
-Aceitação radical, mudança gradualSem aceitar a responsabilidade do que se faz é impossível mudar. Mudar já é extremamente difícil.
Mudanças radicais não sustentam. Mesmo quando são positivas são traumáticas e causam algum prejuízo.
Aceitação radical daquilo que se é, do que se faz e da realidade permite uma maior clareza da jornada. Permite um caminho sustentável. Permite que você viva o que precisa viver e que aproveite os sucessos e seja acolhido nos fracassos.
Sem aceitação radical do bom e do ruim, as historinhas vão tomar conta. Todos os dias você muda, tenha certeza que a mudança é direcionada para o lugar que você deseja.
- Ações são maiores que intençõesEu conheço poucas pessoas que tem más intenções. Até no meu contato com pessoas que fazem/fizeram coisas terríveis poucas vezes há más intenções.
Mesmo com as más intenções você pode causar mal a si e aos outros.
Intenções não provocam mudanças de mundo, ideias não mudam o mundo, ações mudam você e o mundo ao mesmo tempo.
- O mal não desfaz o bem, o bem não desfaz o malNão existe justiça, nem uma balança de equilíbrio. O jogo é de sorte, atuar no mal aumenta a chance de coisas ruins.
Atuar no bem aumenta a chance de coisas boas.
Coisas ruins acontecem apesar do bem que você causa ou que te proporcionam, coisas boas acontecem apesar do mal que você causa ou causaram em você.
Construir o bem aumenta as chances de viver as partes ruins.
Viver o mal com tranquilidade é melhor do que se proteger dele.
Esses são os pensamentos mais recorrentes que eu percebo nesses momentos, e tenho a impressão que são os que vão durar por alguns anos ainda.
- Onde você gasta seu tempo determina aquilo que você éCiclistas pedalam. Escaladores escalam. Cuidadores cuidam dos filhos.
Você não pode ser algo que não dedica seu tempo. Se você é bom é pq gasta tempo praticando o bem. Se você é criativo você gasta tempo brincando com coisas novas. Se você quer ser escritor, você precisa escrever.
Não dá para construir uma vida brigando com o mundo. Se você passa todo o tempo brigando é um brigão. Se você passa tempo construindo o que quer, está na busca do que quer.
Você só pode ser aquilo que você gasta seu tempo fazendo. Nem mais nem menos.
Se quiser ser diferente, vai precisar gastar tempo no diferente.
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E vocês? Tiveram alguma reflexão importante para si nos últimos meses?