Desabafo sobre o meu Pai !
comentada em 03/01/2022 21:18

É uma situação muito difícil. Muitas vezes sem solução a curto prazo.
Talvez ser sincero e mostrar para ele a verdade ajude. 
Meu sogro é parecido e só está melhorando (bebendo menos) aos 76 anos e após ficar solitário e  longe das filhas muitos anos.
Espero que vc encontre um caminho que conforte seu pai e sua família.

Se isso te atormenta, faça terapia.

Eu tive uma infância muito conturbada por causa do alcoolismo do meu pai. Mesmo depois que casei, isso continuou me afetando bastante. Demorou, mas um dia percebi que eu precisava me afastar desses problemas. Parei de me envolver. Minha vida melhorou, minha relação com o meu pai melhorou. Algum tempo depois de eu estar melhor resolvido em relação a isso, minha mãe me ligou dizendo que meu pai havia usado cocaína. Meu pai pensou que eu iria à casa deles expulsá-lo, chamar a polícia etc. Era o que eu teria feito antes. Mas eu apenas não me envolvi. Foi libertador. E veja como são as coisas: alguns meses atrás eu fiz uma cirurgia que tem um pós-cirúrgico muito difícil, e meu pai foi quem me acompanhou no hospital. Ele também me acompanhou nas consultas e nos exames pós-cirúrgicos, e só deixou de me acompanhar quando eu mostrei que já era capaz de ir sozinho.

Eu acho que sei o que vc sente. Meu pai tem 67 anos e é alcoólatra tbm. Bebe todos os dias pelo o menos três vezes por dia e isso já ocasionou vários problemas para a nossa família.
Pela minha experiência pessoal, não há nada que eu possa fazer se ele não quer ser ajudado. Eu já conversei, aconselhei, tentei levar ele pra fazer um tratamento, mas pra ele isso é normal porque ele fala que para de beber quando quiser (ele não consegue nem parar de beber quando está tomando algum tipo de remédio cujo o álcool corta o efeito porque ele fala que começa a tremer e suar frio).

Hoje em dia eu ligo de vez em quando pra saber como ele está, ajudo no que eu posso e deixo claro que, se ele precisar de algo, pode contar comigo. Mas eu evito conviver, pois é uma relação que me faz muito mal.

Em resumo, a porta só se abre pelo lado de dentro. Como é pai, vc não pode simplesmente largar de mão. Ajude no que puder e dê todo o suporte que ele precisar, mas não tente convencer ele de nada se ele não quiser. Isso só vai te  desgastar cada vez mais...

@Fred-[k1d0t4]
 @PlotTwist
explanaram muito bem
outra sugestão é a família procurar orientação de grupos como o Amor Exigente (busque por “amor exigente (+nome da sua cidade)”
Tudo de melhor para toda a família 

Infelizmente é muito difícil ajudar alguém que não quer ser ajudado. Tenho um primo, que considero um irmão, que esta com o fígado destruído pelo álcool.

Ele não é que nem seu pai, que bebe e fica chato. Ele fica normal, meio lerdo, mas é boa pessoa bêbado e sóbrio. 

Já tentei de todas as formas convencê-lo a parar de beber. E olha que no caso dele é mais fácil, por que ele se reconhece alcoólatra e não fica puto nem nada, simplesmente só não quer parar e pronto. 

Já barganhei até um tempo sem beber, pro fígado recuperar. Nessa ele aceitou e saiu de quase perder o fígado pra esteatose moderada. 

Agora ele tá bebendo direto novamente. Tenho certeza que vai chegar o dia que vou receber a notícia que ele está na fila de transplante... 

É uma coisa tão bizarra que eu, que bebo bem às vezes, praticamente não bebo mais, de raiva desse troço.

Vou acompanhar seu tópico pra pegar dicas também. Tamo junto.

Meu pai era dependente grave de álcool (caso mais complicado do que os relatados aqui).
Ficava meses bebendo de forma ininterrupta, deixava de trabalhar, dormia na rua... 
Ele tinha duas versões de si mesmo: Uma sóbrio e outra embriagado.
Infelizmente não teve quem desse jeito e ele acabou falecendo. 
Se a pessoa realmente não quiser, ela não vai parar. Vai beber até morrer. Tem gente que simplesmente não quer parar. 
O que você pode fazer é aprender a lidar com a situação sem que isso acabe com a sua vida (muitas vezes, até se afastando mesmo) e mostrar que está a disposição para ajudar caso a pessoa queira.

Eu já sofri muito tb com isso. Qd eu era criança e meus pais ainda estavam juntos, além de ter que conviver com a inconveniência sONcial depois que meu pai bebia, não raro ele usava de violência comigo, minha irmã e mãe. Mas há uns anos atrás, ele sofreu um acidente feio de moto, ficou em coma, mas se recuperou. Desde esse dia graças a Deus nunca mais bebeu. Então é isso, vai depender quase unicamente do seu pai, infelizmente muitas vezes a gente só acorda nesses limites entre a vida e a morte; não tem muita coisa para vc fazer a não ser continuar a seguir firme e ajudando da maneira que dá. Espero que tudo acabe bem com vc e seu pai

Tbm convivi com o alcoolismo do meu pai, que nunca admitiu nem aceitou ajuda.

Penso que tbm achava que poderia parar quando quisesse.

Mas ele se foi, aos 49 anos, em decorrência de uma cirrose. Esse ano completa 22 anos.

Na época, eu tinha ido embora pra cidade grande e acabei não presenciando seus últimos dias.

Procure ajudar sua mãe. Em relação a seu pai acho que é mais controle de danos até ele querer realmente mudar.

Meu pai já foi alcoólatra também. Tentei convencer de todo jeito que ele parasse de beber. 

O tempo foi passando e as doenças aparecendo. Diabetes, doenças cardiovasculares...

Um certo dia ele pisou num galho seco que perfurou o pé dele e ele teve que fazer uma pequena cirurgia pra retirar o galho. Até descobrir que era necessário cirurgia ficou um tempo com a ferida lá com pus e tudo. O médico quando viu disse que mais um pouco ele perderia o pé. Nessa cirurgia ele disse que ia parar de beber. 

Não parou.

Mais alguns sustos de saúde depois e enfim ele parou. Foi bem difícil. Mas não foi com conversa que ele se convenceu. Foi com os sustos de doença mesmo.

É uma situação bem difícil e nem sei como ajudar porque eu mesmo fui ineficaz ao tentar ajudar meu pai a parar. 

@maricleiton como vc viu os relatos eh uma situação muito dificil

"É praticamente um alcoólatra"

nao eh praticamente
eh alcoolatra

proteja-se e a sua familia se vc tiver
as vezes um arrasta todos

ele so vai melhorar se ele quiser
nao importa o q vc faça

ele precisa de ajuda medica
mas provavelmente nao vai querer
e depende dele

O seu é o pai, o meu era a minha mãe. Por muitos anos eu sofri com isso e senti muita vergonha das coisas que presenciava quando minha mãe estava bêbada, tinha vergonha de estar com ela com meus amigos ou namorados, implorava para que ela parasse de beber. O pior era perceber que a bebida era uma forma que ela usava para escapar dos problemas e para não encarar a realidade em que ela vivia. Era insuportável tudo aquilo. Assim como alguns, eu também fiz acompanhamento psicológico, mas confesso que nunca mencionei para minha psicologa o quanto aquilo me envergonhava. Talvez pelo fato da minha mãe, quando sóbria, era a pessoa mais fantástica do mundo e tinha aquela imagem de perfeição. Então, eu acabava suprimindo tudo aquilo e não sabia lidar com aquilo. Por conta disso, até hoje eu não tenho o habito de beber e nunca bebi cerveja (porque cerveja era o que minha mãe mais bebia sempre). 

 

Infelizmente/felizmente, minha mãe teve um câncer e a partir disso ela decidiu que nunca mais ia beber. Para ela aquilo foi meio que uma ficha caindo que ela precisava mudar os hábitos dela com a bebida. Ela parou de beber quando eu estava longe. Assim como muitos aqui, minha mãe nunca aceitou ajuda minha ou do meu pai, sempre era grossa e ríspida com quem tentava falar algo. E, como muitos, ela parou quando ela mesmo percebeu os problemas daquilo tudo. Eu e meu pai demos apoio, mas eu diria que 99,999% foi ela querendo melhorar. Então no final do dia é isso. 

 

Vive sua vida, busca terapia e fala com sua psicologa sobre isso. Seu pai é a vida dele. Você tem que aprender a conviver com suas emoções sobre isso. O meu erro na época foi não ter falado mais com a minha psicologa sobre isso, porque no final do dia a pessoa que se desesperava com o problema era eu e não minha mãe. 

Talvez seu pai possa buscar ajuda profissional.

Me parece comum que as pessoas tratem os parentes como xaropes se intrometendo na "diversão" deles, mas talvez um profissional da área de saúde mental saiba abordar isso com mais técnica e fazer o indivíduo perceber a destruição que o álcool traz.

Não tenho nenhuma experiência com isso, felizmente minha família não tem problemas com alcoolismo, então é só uma ideia mesmo.

Vício é um treco muito complicado, e é quase impossível de ajudar quem não pede ajuda.
Como disseram aí em cima, não dá para exigir das pessoas o que elas não tem para dar, seja como for, somos livres para cometer nossos erros e ele também.
Mesmo que cause mal.

Eu focaria em você e na sua mãe.
A gente só pode dar o que sobra, se você e ela não tiverem para dar o bem estar que seu pai não consegue gerar para si, é quando vocês vão exigir algo que não tem para vocês.

Então, é importante ficar em desenvolver a melhor vida possível apesar disso. 2 pessoas vivendo em miséria não resolve nada. Tem que tomar cuidado para não dar o que não tem, ou vai ser sacrifico. Não dá para fazer sacrifício diário.

Espero que você encontre um caminho de paz.
Tem este tópico aqui que foi bem legal:
Como incentivar uma pessoa querida a cuidar da própria saúde? - Saúde & Esportes - Bastter.com

Abracos.

Tenho um tio alcolatra que ja esta sem beber faz uns 20 anos.

Ele parou de beber no dia seguinte da morte do meu avo. Ou seja, ele estava tao bebado que nao conseguiu enterrar o proprio pai. Depois deste dia nunca mais bebeu.

Como alguns ai disseram...as vezes tem que acontecer um fato "catastrofico" como um coma, um acidente ou a morte de alguem. 

Um dia de cada vez.

Meu pai não tinha esses problemas de vício, era uma pessoa muito boa, mas era teimoso, não aceitava opinião minha, eu TB logo entendi e não me metia. No começo da pandemia falava pra minha mãe pra eles se cuidarem, falavam que estavam, até que meu pai pegou covid e faleceu bem rápido, 10 dias na UTI. Depois descobri que eles não estavam se cuidando porque ele pegou numa festa na casa de um amigo dele. Então mesmo eu tendo uma relação boa com eles eu não tinha como evitar o inevitável.

@JohnKimble sinto muito

@maricleiton
Apesar de antiga, vou relatar minha vivência em relação a essa doença na família, pois teve um desfecho favorável e talvez possa te encorajar.
Meu pai sofreu de alcoolismo por muitos anos; em graus variados de severidade ao longo dos anos, segundo me contavam, desde seus tempos da universidade até por volta dos 40, 45 anos.
Lembro que parou completamente de beber quando eu tinha cerca de 14 anos; após ter feito um tratamento psiquiátrico intensivo, que durou uns dois ou três anos, incluindo uns 6 meses de internação em clínica especializada na capital do estado. Lembro das viagens e das visitas.
Esteve as últimas duas décadas de vida curado, sem recaídas, e foram décadas de tranquilidade e saúde. Faleceu devido a outras questões de saúde congênitas não diretamente relacionadas ao alcoolismo. Felizmente ele sempre foi uma pessoa responsável e de convívio agradável com todos, tanto sóbrio quanto nos períodos que estava sob efeito do álcool. Foi um pai previdente, trabalhador, amoroso; que cuidou bem da família em todas as fases da sua vida conturbada, mesmo durante a doença, em que pese que nas fases mais agudas, minha mãe teve um papel importante. Certamente minha mãe foi quem mais sofreu o impacto, pois foi ela a responsável por tomar a iniciativa de procurar ajuda médica na época, e nunca desistiu dele durante o tratamento, que, pelo que lembro, e pelo que ambos me contavam, foi bastante difícil. Então, acho que quando há apoio familiar há esperança de cura.