Saudações, pessoal!
Eu e minha esposa passamos um pouquinho dos 40 anos. Temos 2 filhos bem pequenos juntos (menos de 3 anos) e um 3o. filho meu de um primeiro relacionamento. Tenho uma empresa familiar, de onde vem 100% da nossa renda. Gosto do que faço, mas vivo com muito stress financeiro. Minha renda cobre as despesas da casa no aperto e não sobra quase nada. Tenho ainda algumas dívidas e tenho lutado bastante para virar seromano. Nem eu nem a empresa temos reserva financeira.
Minha esposa é médica, estrangeira, formada fora do Brasil, com especialização na Espanha. Ela é da América do Sul (nem Bolívia nem Paraguai), vem de uma família de classe média alta que teve problemas graves financeiros, chegando a perder quase tudo. Ela mora no Brasil há uns 6 anos e veio por minha causa.
Para trabalhar como médico no Brasil o estrangeiro precisa passar num exame chamado Revalida. O índice de aprovação varia muito a cada ano, mas é sempre baixo (em torno de 10 a 15%). Ela tentou 3x e não passou. Para piorar, por 3 anos não houve a prova, então já são 6 anos de frustração na carreira, auto estima profissional baixa. Ela está super desanimada com a carreira e pensa em largar tudo e fazer outra coisa. Ela se sente fora da profissão, muitos anos longe das práticas médicas, parada há muito tempo. Ela simplesmente não se sente médica, mas ao mesmo tempo tem medo de abandonar a medicina (são mais de 10 anos de estudo e trabalho)
Sua única experiência profissional é como médica. Um plano dela é montar um pequeno negócio com coisas sem muito stress, talvez vender por redes sONciais, algo mais artesanal. Ela tem alguns sonhos empreendedores, mas não tem experiência empreendedora. Teria também a opção de trabalhar comigo na empresa familiar, mas é uma empresa relativamente pequena.
Eu já sou bem pragmático e racional. Com dedicação e estudo é possível passar na prova e revalidar o título. Talvez leve 1 ou 2 anos, mas passa. Acho que as chances de ter uma boa renda em medicina são muito maiores do que começar algo novo.
Ela se queixa de mim, dizendo que eu meio que forço ela a seguir tentando medicina e acabo impedindo que ela tente algo diferente. Mas ao mesmo tempo, eu só sinto a pressão financeira aumentando a cada dia, com gastos cada vez maiores.
Minhas perguntas:
O que não estou conseguindo enxergar nessa história toda?
Como posso ajudar ela e a nossa família nessa decisão?