Rotina de trabalho em indústrias
comentada em 16/02/2022 22:04

Olha, qualquer trabalho no início, para quem quer se dedicar e chegar em algum lugar é ralação.
A maioria que está hoje no topo da profissão passou perrengue no início, noites até tarde, períodos sem a família, assuntos que não saem da cabeça, cagadas que você faz e depois tem que justificar...
É assim mesmo. Experiência!
Com o tempo passando você vai dominando melhor, a maioria dos assuntos não vai ser novidade, você vai conseguindo eventualmente delegar funções...
Mas nesse início é ralar e aprender. Muito.

Cara, faz um estagio e sente p ver o q vc acha. Tem gente q curte, tem gente q nao curte.

Não posso falar nada sobre a área em si mas um amigo trabalha em indústria e relata tudo isso que seus familiares relataram. Não há hora pra nada, rotina desgastante, o pacote completo. Hoje ele tá querendo largar pra estudar pra concurso.

Como falaram, tem gente que curte, tem gente que não curte. Cada um é cada um. Mas você só vai saber se isso é um terror realmente experimentando. É muito complicado tomar decisões pessoais com base em opinião de terceiros.

Cara, você não deveria se preocupar com isso. 

Primeiro, pois você não tem experiência prática, então não sabe como as coisas são realmente. Espere pelo menos um estágio pra formar uma opinião.

Segundo, pois ninguém está preso a uma única linha profissional ou mesmo a uma única profissão. Você pode trabalhar um tempo com isso e depois sair, por exemplo.

Terceiro, pois você não sabe nem se conseguirá trabalho nessa área, então qual o ponto de se preocupar? Conheço diversos engenheiros que não conseguem trabalho na área de formação e vão tentar outra coisa da vida. Na verdade, conheço mais engenheiros que não atuam como engenheiros que o contrário - e olhe que conheço dezenas de engenheiros. 

Trabalho coordenando operacionalmente 4 plantas e é como seus familiares relataram. No entanto com o tempo você vai aprendendo a delegar funções e aprendendo a formar equipes eficientes. Isso faz a maior diferença: quando você tem uma equipe boa, atua de maneira antecipativa e corrige os problemas pequenos logo quando aparecem você passa a utilizar melhor seu tempo. 

Mas como disseram acima, leva tempo, e você passa bastante perrengue no início: tudo na vida é assim, leva tempo.

Eu acho que você deve tentar sem medo de ser feliz. Se for ruim para você,  vai para outra. O ambiente industrial é onde o engenheiro se sente em casa. A empolgacao do inicio do curso vai voltar denovo. O cheiro das maquinas, o mundo sincrono do parque, os detalhes e procedimentos,  os ganhos de 1% que você fez e produziram X milhoes de produtividade: tudo isso faz você ficar cada vez renovado. E engenheiro só incrementa sua propria eficiencia com o tempo e enfrentando as buchas. Experimente.

Vai lá ganha experiência e vê como é. Fui pra indústria e depois tecnologia...
Nos 2 meios pode-se fazer o mínimo com menos stress, mas vão te pagar o equivalente a isso.

Sou auditor de sistemas de gestão e tecnólogo de mecânica, entre outras coisas. Dia a dia estou viajando e conhecendo muitas empresas. Posso dizer que essa pegada é maior em empresas multinacionais e principalmente no ramo automobilístico. Eu conheço muitos profissionais de alto escalão que praticamente vivem dentro da empresa e eu me pergunto se isso não atrapalha a vida em família. Por outro lado, vejo que um profissional engajado não trabalha só por dinheiro, se você não gosta do que faz não há dinheiro que seja suficiente para lhe segurar lá.

@Jon_neves naturalmente todo estudante passa por essas questões existenciais... passei por isso também quando fiz engenharia... havia mil histórias de melhores alunos se dando mal no mercado de trabalho (Indústria), etc.... minha experiência:

Academia - Brasil não valoriza esta área, mas isso não quer dizer que não se possa ter carreira de sucesso, embora há muita reclamação de pessoas extremamente qualificadas (parentes doc, pós-doc,...) sobre a 'injustiça' na remuneração...

Funcionário Público  - no meu caso era sonho de vários colegas trabalhar na Petrobras, Eletrobras, BB, etc... fiz estágio em empresa de controle estatal e pra mim foi insuportável o ambiente de marasmo e comodismo, com aqueles comentários de "relaxa jovem, as coisas têm seu tempo". Acredito que muitos entram motivados mas o sistema é fd parcero.... te ganha pelo cansaço

Indústria/Privado - estou nesta área há 20 anos. É onde posso desempenhar a maior parte da minha autonomia e potencial com relativo reconhecimento e progressão. Como tudo, para se ter tais oportunidades, também há risco e desgaste, mas há mais chances de ser proporcionalmente remunerado...

O resumo é que tudo depende do seu perfil. Se você não se conhece ainda, faça como o colega mencionou, vá fazendo estágios.... o que é sonho de um perfil é o pesadelo de outro e assim por diante.... acredito que eu seria muito insatisfeito/impaciente estando na carreira acadêmica ou pública... ou não...

Calma amigo. Va devagar. Primeiro reflita se é esse curso que vc quer. Se for realmente o que vc quer tente fazer estágios na área. Existem várias áreas da engenharia mecânica e nem todas são em “Chão de Fábrica”. Sou Eng. Mecânico e já tenho mais de 15 anos de profissão. Na minha época estagiei na Coca Cola, Ambev, Renault. E todas foram muito importantes para adquirir experiência e crescimento profissional. Com o tempo vc vai se adaptando ao trabalho. No fim, qual o trabalho que não tem os seus problemas? Boa sorte e sucesso.

Viva as suas experiências, eu detesto dirigir no trânsito, tem gente que ama ser motorista.

Não vá pela opinião dos outros.

Aprendi porque vivi e não porque me foi contado: Tihuana 

Se eu for ligar pro que é que vão falar não faço nada: Capital Inicial

Amigo, vou compartilhar minhas experiência:
Na época 22 anos; Engenheiro; especialização em soldagem; buscando trabalho na área; não apareceu; fui parar no corporativo de uma empresa do agro; curti; to fazendo carreira lá há 6 anos; já trabalhei de virar noite por algumas vezes.
Seguinte, não norteie sua carreira por isso. Faz parte da jornada de aprendizado e ambição de cada um. Se a coisa não servir pra voce, muda. Mas você não vai saber até viver a coisa. Faz parte!!
Eu tenho um tesão enorme no meu trabalho. Essas minhas noites viradas foram quase diversão.
É engraçado que saindo da faculdade eu jamais diria que eu trabalharia em um escritório, e cá estou, amando.
Meu ponto é: sua vida profissional pode tomar infinitos rumos, muitos deles completamente inesperados para sua cabeça de hoje. Não limite suas possibilidades em função da experiencia dos outros.
Sucesso aí.

Acabei de voltar de um trabalho em turno, às vezes é necessário. Kkkkkkkkk

Desgastante? Sim. Mas recompensador também, com toda a certeza, eu acho um tesão. Mas é algo que faz sentido para mim, não tenho ideia se faria pra vc.

Tive algumas experiências anteriores em indústria, sendo que sempre gostei, exceto a última que foi péssima, tanto por conta das atividades, como pelo ambiente. Quase desisti de continuar na engenharia após essa última experiência, mas fico muito contente em ter dado uma nova chance.

Eu não diria que precisei abdicar da minha vida pessoal por períodos prolongados em nenhum dos casos, mas tive uma crise de ansiedade fudida por conta das pressões e do ambiente desregulado desse último local. Mas ambientes desregulados podem ocorrer em qualquer tipo de profissão.

Bom, agora é hora de vc adquirir experiência e tirar suas próprias conclusões.

Se quiser pode arranjar um emprego de peão, vai lá bate ponto aperta a máquina por oito horas, vai pra casa e não se preocupa com nada. Pode fazer churrasquinho e tomar cerveja.

Vai ser remunerado de acordo.

Quem ganha bem é quem resolve problemas

Por que a m*dia toda faz reportagens sobre os malefícios do horário de verão ( que para mim não afeta nada ) e nunca falaram nada sobre o famigerado turno semanal que acaba com a vida e possibilidade da pessoa estudar . tem canalhice por trás disso.

Você está numa fase crucial da vida em que se escolhe o que pode determinar seu dia-a-dia. Percebo o que vc relatou e gostaria de lhe dar alguns conselhos. Ao escolher o que fazer da vida, saiba que seus valores irão mudar ao longo do tempo. Hoje talvez vc não dê valor a ficar muito em casa, a dormir cedo, ao lazer em família, pois pode não ter uma constituída ainda. Com o tempo esses valores podem surgir e vc já estar "preso" a um contracheque e a maioria das empresas sabe disso. Com tanto desemprego, é preciso muita coragem para larga tudo pro alto e buscar algo diferente. Principalmente se vc tiver uma família que depende de vc.  Essa estória de quem tem um diferencial não fica desempregado é muito animadora, mas ficar empregado em empregos que te sugam, somente pelo fato de estar empregado não resolve o problema como um todo. Tente buscar o equilíbrio. Nem um emprego ou negócio que te sugue até a alma, e provavelmente não será tão bem remunerado, nem um que não sugue mas também  não lhe traga uma remuneração apropriada e não lhe dê prazer. Equacionar esses três elementos ( Tempo livre, Remuneração, e Prazer na Atividade) é o grande X dessa questão. 

Primeiro, tente conhecer a cultura da empresa que você trabalha. O país origem dela já pode te dar um norte, empresas americanas costumam ser mais puxadas que européias com seus funcionários. Segundo, na indústria há muitas possibilidades, eu trabalho na indústria, mas com projetos. Embora o volume de trabalho seja altíssimo e vez o outra trabalhe até mais tarde, não é algo que prejudique minha vida. Inclusive essas horas posso tirar em um momento mais tranquilo do ano ou da fase do projeto.

Tbm sou eng mecânico e trabalhei 10 anos em obras civis na área de manutenção de equipamentos. Como a obra era 24h realmente você dormia preocupado e acordava tenso desejando n ter nenhuma mensagem no zapzap.

Mas me deu uma ótima experiência e resiliência para resolver problemas. E outra, trabalho no início é isso mesmo.

Eu achava legal quem trabalhava em indústria, pois o local é o mesmo, as máquinas são as mesmas e com tempo os problemas se repetem.

Ou seja, sempre tem coisa pior

Agradeço pelas respostas, me trouxeram bastante reflexão. Tenho mania de ficar sofrendo por antecipação, estou lutando pra melhorar nisso mas é meio complicado pra mim ainda.

@maxete   Fiquei empolgado só lendo seu comentário, muito obrigado. Eu sinto que sou atraído por essa área, mas o meu medo quer fazer de tudo pra ganhar esse cabo de guerra.

@Tivuco   Ouvi falar que essas empresas gigantes são as que possuem a pior rotina de trabalho, que tão cagando pra ti, e que se te demitirem, vai ter uma fila imensa de candidatos querendo a vaga pelo renome da empresa. Como foi sua experiência com elas? Eu sei que nesses tempos vai ter uma fila imensa de candidatos pra qualquer vaga, mas me falaram que o funcionário é mais bem valorizado em empresas que estão começando agora.

@saga   Muito boa as citações, não conhecia essa música do Tihuana.  "Mas eu nunca quis, a segurança de quem não arrisca nada."

@removido   Como é seu trabalho no escritório? No momento eu não me imagino trabalhando em escritório hahahahaha. Participei um tempo de uma empresa júnior como projetista e não me identifiquei. Eu me imagino no chão de fábrica na área de manutenção, envolvido com todas aquelas máquinas. Acho lindo me imaginar como um médico de objetos criados pelos seromanos.

@leonbax   Caraca, chegando 2 horas em casa hahahahaah. Posso te fazer uma pergunta um pouco pessoal? (Tudo bem se não quiser responder). Como é sua rotina em casa? Depois de tanto trabalho, você tira esse momento em casa só pra descanso? Ou mesmo com tudo isso, ainda busca se aperfeiçoar estudando mais? Se sim, que tipos de coisas você estuda?  Pergunto isso pois as pessoas que dizem querer sair da área industrial e ir pro setor público parecem não ter tempo pra nada. Ficam cansadas da rotina de trabalho e quando chegam em casa ainda tem que arranjar tempo e energia pra estudar todo fucking dia por várias horas. Parece uma rotina com zero descanso. Como se vive desse jeito!?

Engenharia mecânica é uma área muito ampla. Sou engenheiro mecânico há dez anos e nunca pisei numa fábrica, mesmo trabalhando para industria automobilística. Minha rotina é 8 horas por dia, trabalho de casa, pouquíssimo estresse. Estou muito satisfeito com minha remuneração. Você vai achar exemplos como o meu, exemplos como os que já citaram acima, pessoas satisfeitas, pessoas insatisfeitas. No fim das contas vai depender muito mais de você mesmo, como vc valoriza o seu tempo, o que te traz satisfação, as escolhas que vc faz.
Faça sempre o melhor que puder, e boa sorte na tua carreira!

Vivi este mesmo dilema ao fim do mestrado. Queria muito trabalhar com consultoria, era o meu sonho desde o tempo da faculdade. Fui contratado por uma empresa de consultoria e a realidade que vi era de infinitas horas de trabalho, remuneração baixa e muito stress por promoções. Tentei outra empresa, mesma coisa. Tentei ainda uma terceira e me frustrei ainda mais.
Comecei a dar aulas em faculdades particulares, gostava bastante de dar aula, mas a questão salarial pesava muito, salários baixos, todos os anos eu era demitido em dezembro e recontratado em fevereiro, acabava ficando muito chateado e frustrado.
Aí fui para o mundo do serviço público. Fiz alguns concursos e passei em uma empresa pública. Salários muito maiores ao da consultoria, sem teto remuneratório, benefícios, mas o trabalho não trazia aquela satisfação, parecia que faltava algo.
Hoje, com 34 anos, continuo empregado público e tenho dois negócios paralelos e sinto que estou fazendo exatamente aquilo que quero da vida. Se não tivesse tentado tudo, ia sempre ficar naquela de ficar pensando "E se...".

Não sei nada da sua vida, mas se fosse dar um conselho é de testar e ver se aquilo é pra você. Se não der certo, busque outras coisas, outros interesses. Fiz várias transições de carreira com a mentalidade de guardar grana e me organizar para testar as possibilidades de forma organizada e sistemática.

Quando eu estava na faculdade de Administração, meu sonho era fazer Engenharia Mecânica e trabalhar na indústria..na época trabalhava em um bancão estatal....logo que me formei passei para Eng. mecânica e fui cursar...passou 2 meses e eu larguei o curso...odiei...na verdade eu seguia o que os outros me diziam conforme a experiência deles...Eng da dinheiro...cargo público não presta....etc..etc..

Depois fui estudar para concurso, sai do banco...sou FP e adoro, não é nada monótono e sempre tem coisa pra fazer, coisas para melhorar...nas carreiras públicas tem muito espaço pra se destacar, assim como em todas as áreas...a maioria é medíocre em qualquer lugar e no começo vc vai ter q ralar tanto no privado quanto no público...

Não se meça pela régua dos outros...viva a experiência e decida por você

@Jon_neves, trabalhei com planejamento agroindustrial e agora planejamento estratégico. Em resumo é excel, conta, projeção, custo, cenário, raciocinio lógico e até um pouco de programação o dia todo. Nunca me imaginei fazendo isso, detestava programação na faculdade!

Mano se essa é sua praia, vai fundo. Coloque um norte na direção do que vc sabe que vc quer (manutenção), e vai fazendo ajustes conforme vc vai descobrindo o caminho.

Suas dúvidas, na minha visão, são coisas que mudam de setor pra setor, empresa pra empresa, cargo pra cargo e pessoa pra pessoa. É muita variavel pra te afastar do seu sonho tao cedo, vc pode nem sequer encontrar esses problemas. Nao tenha medo de ser feliz hehe.

Vou dar meu relato que talvez lhe ajude em algo. 

Sou eng mecânico a 12 anos dos quais 10 deles eu trabalho na mesma empresa, uma metalúrgica de grande porte.

Comecei como estagiário e hoje sou responsável por 4 área distintas e responsável técnico da empresa.

No começo foi tenso, como alguns colegas falaram, rotina desgastante, celular 24h por dia 7 dias por semana, cobrança direto. Talvez a pouca experiência e a idade e uma falta de maturidade é o que mais me faziam mal, eu de fato pensava que aquilo era a minha vida.
Hoje eu tenho muito mais preocupações muito mais responsabilidades e muito mais problemas, mas eu tenho aprendido a lidar com eles, o que tem melhorado muito minha vida. Quando bem organizado, tudo tem espaço. A conclusão que o próprio site me trouxe é que somente eu posso transformar a minha vida para pior, mas somente se eu permitir, e aqui foi a virada de chave para mim. 

Quando eu me esgotava eu começava algo novo a fim de um dia sair, fiz um MBA, depois me formei em outra engenharia, depois fiz mestrado em engenharia em uma das melhores instituições do país com o professor mais carrasco que eu conhecia, só porque ele é um Dr de renome internacional, comecei dar aulas em faculdade anoite, mas nada me realizada, eu continuava gostando daquela adrenalina da engenharia, da fábrica.
Por fim, o problema nunca esteve na engenharia, nem tampouco na empresa, sempre esteve em mim. Olhando para trás poderia ter sido mais fácil se eu tivesse aprendido a lidar melhor com os problemas quando surgiram. Eu deixei virar o estresse que virou, simplesmente por não saber lidar emocionalmente com a situação. 

O seu futuro feliz ou infeliz, depende muito mais de você do que da engenharia. 

E se a engenharia não der certo, faz outra coisa, ela não é um atributo nato, impresso em seu DNA, ela sempre será facilmente substituida, total ou parcial.

Na área de produção ou manutenção o telefone é 24h disponível. Pode ser bom experimentar no início, geralmente tem boas contrapartidas salariais, mas se não gostar tenta migrar pras áreas de planejamento ou setor de engenharia/projeto na mesma indústria.

Cuidado que às vezes a pressão do ambiente industrial é tão grande que pode fazer você normalizar estar 24h ligado no trabalho, tem gente que diz que gosta, mas no fundo acho que a dominação fez efeito ao longo da vida da pessoa. (já vi supervisores na faixa de 60 anos desabarem em lágrimas ao falar dos filhos, que perderam momentos importantes, longe da família, etc, porém não aguentavam ficar longe desse tipo de trabalho.

@Jon_neves
Fui juntando várias ideias sobre o que vc perguntou e um pouco do que os colegas avatares falaram aí.

Antes de tudo, a questão é: faz sentido PARA VOCÊ? Atende às SUAS necessidades e às coisas que você valoriza? Como vc parece estar no escuro, a única coisa que dá para fazer é escolher o próximo rumo e, a partir da experiência e prática, avaliar se faz sentido ou não, junto às outras coisas importantes da sua vida.

Bom, seguem as reflexões e anedotas.

Discordo que seja necessário estar sempre estudando várias horas por dia após chegar em casa, e não dar atenção a mais nada.

Mas se vc não gosta, ou não aprende a gostar ou ao menos valorizar o que vc faz, não tem jeito.

Na empresa anterior, eu estava à beira do colapso. Tudo o que eu fazia era insuficiente, as cobranças eram gigantescas e eu estava sempre cansado e tinha frequentes crises de ansiedade. Eu passei a achar que eu era "esse tipo de pessoa", um puta vacilão e incompetente. Com o tempo, o desgaste foi tanto que eu passei a não ligar a mínima com o que acontecia lá dentro da empresa. Inclusive, olhando para trás, o que eu estudava era uma forma de fuga, que nada tinha a ver com o que eu precisava para agregar mais.

Entrando na empresa nova, a minha primeira decisão foi a de me comprometer totalmente durante o período em que eu estiver dedicado por lá. Se eu passasse pela empresa por apenas um mês ou uma década, estaria engajado em fazer dar certo. Seja estudando, seja fazendo a atividade que precisar (sendo minha ou não), seja pedindo ajuda e envolvendo quem estiver mais apto.

Trabalho com acompanhamento e melhoria de processos, e o que eu acabo estudando acaba variando bastante. Metodologias de melhoria contínua, estatística, negociação e relacionamentos, detalhes da tecnologia de manufatura que utilizamos, algo adicional de programação e Excel, noções de mecânica e elétrica (que não são as minhas áreas), enfim.
Às vezes, o "estudar" é meramente encontrar uma função diferente do Excel, e pronto: só 15 minutos. As vezes, é uma sessão mais dedicada. Outras vezes, pode ser algo que me ajuda em outras áreas da vida, como é a questão de negociação e relacionamentos.
E, para mim, estudar também é acompanhar o trabalho de um analista de laboratório, o conhecimento prático de um operador, a habilidade de um mecânico, tudo isso também é aprendizado.

Eu tenho fases em que estudo, e outras que dou mais atenção a esporte, descanso e tempo com a família. Depende muito do momento. Do seu momento, do momento da empresa, e se você gosta do que você faz e da empresa em que você trabalha. Ou se ao menos valoriza o que você e a empresa fazem, mesmo que vc passe por momentos difíceis.

Agora, falando de porte de empresa e tal, cara, não adianta especular muito. Conheço gente que passou por empresas nacionais e internacionais, de diferentes tamanhos, e as opiniões e ritmos de trabalho são os mais diversos. Não existe uma fórmula.

E sobre o meu ritmo de trabalho e conciliar com o resto, de forma geral, consigo manter o horário convencional, ou apenas algumas poucas horas extras. Mas depende dos projetos que estão em andamento e da necessidade do momento.

E sobre ontem...
Estamos com dificuldades na produção, então a equipe se dividiu para cobrir mais horários e dar atenção plena à manufatura. Ao menos onde eu trabalho, esse ritmo de horário deslocado ou trabalho aos finais de semana é bem esporádico. Talvez duas vezes ao ano, quando o bicho pega mesmo.
O suporte dentro da equipe é fenomenal, e os líderes têm plena consciência que não é saudável nem esperado que os funcionários tenham que se desdobrar com frequência. Sabendo disso, e querendo fazer o negócio dar certo, eu me disponho sem o menor problema.
E cara, quando vc consegue entregar as coisas que estão dando todas erradas um pouco melhor do que quando vc chegou, indo para o rumo certo, porra! É fenomenal.

Resumo: adoro o que faço hoje, assim como adorava nas minhas outras experiências. Especificamente a experiência anterior foi péssima, que quase me fez desistir da área, mas dei mais uma chance pois achei que tinha muito mais a ver com as pessoas dessa empresa específica. Acho fascinante o ambiente industrial, as máquinas a pleno giro e, como o colega falou acima, as "pequenas" melhorias de milhares e milhões de reais. Talvez em 5 anos, minhas prioridades e preferências sejam outras, mas hoje me sinto extremamente recompensado.

Esses são meus 5 cents.

@Jon_neves

No estágio você ainda não tem conhecimento o bastante pra saber o que é importante e o que não é.



Na indústria, existe uma ameaça constante de "Vai parar a linha"... Qualquer coisa e qualquer argumento "vai parar a linha".

"Fornecedor não entregou papel higiênico, vai parar a linha porque faltou papel higiênico".

Pode ter certeza que antes disso acontecer, alguém vai pegar algum cartão corporativo e vai comprar um pallet de papel higiênico no mercado ao lado e a planta não vai parar, assim como não parou nos últimos 5 anos.

Causo: - fornecedor entregou uma peça de manutenção errada (havia sido entregue 1 ano atrás) e ninguém viu, já tinha um novo pedido de compra para a peça que estava atrasado (além da errada no estoque), ou seja, estavamos contando em ter duas peças de reposição e tinhamos nenhuma.

Chegou o momento da parada preventiva do equipamento, foram ao estoque, descobriram que era a peça errada. Foram para a área de compras e descobriram que o outro pedido estava em atraso por desacordo comercial.

Desespero, gritaria, e-mails para todos os lados. Reunião com o fornecedor que entregou a peça errada e a área de compras que não acompanhou o pedido anterior em atraso. Festival de gente pedindo a cabeça de todo mundo. Basicamente, assunto escalado para o presidente da divisão da nossa empresa.

Acho que foram 4 horas de gritaria com todos os envolvidos. Ao final de toda a confusão. Chefe da manutenção concluiu que a troca da peça demoraria cerca de uma hora e não era um equipamento continuo, então ele poderia fazer essa manutenção depois em qualquer parada de programação.

Fornecedor mandou duas unidades da peça por via aerea de uma vez só (acordamos em dividir a conta)


Semana seguinte: ambas as peças chegaram.


Resolveram devolver uma para o fornecedor, já que "não precisavamos mais". (Lembre-se, faltavam duas peças - uma deveria ser substituida no equipamento e a outra iria para o estoque).

A peça que precisava ser substituida em manutenção preventiva, não preciou ser substituida nos próximos 3 anos 

Fornecedor ficou 3 anos reclamando que tinha uma peça parada no estoque deles que nós havíamos pedido.


Moral da história: 

1) A peça estava prescrita para ser trocada em manutenção preventiva mas não precisava (não era item de segurança ou desgaste)

2) Era uma manutenção simples e o equipamento tinha várias paradas por programação ao longo do mês, (ex. podiam fazer numa parada de almoço!)

3) Na hora do incêndio, todo mundo queria tirar do seu próprio e botar no do outro mas ninguém se preocupou em entender o problema

4) O equipamento não parou por causa disso. 

5) É mais fácil sair gritando fogo do que apagar o fogo. E é isso o que profissionais ruins fazem.

6) Presidente da unidade foi envolvido em um assunto totalmente desnecessário 

@mimmesmo kkkk isso acontece muuuito. Como nós somos idiotas mesmo

Estudei Engenharia de Produção e ao longo do curso fiz 2 estágios em indústrias. O primeiro em uma indústria local e o segundo em uma multinacional e para mim serviu bem. Pois nessas experiências vi que morreria de depressão se tivesse que passar a vida dentro de indústria. Não digo nunca porque a gente não sabe do futuro, mas espero de coração nunca mais na vida ter que pisar em uma.

 

Sugiro que realize estágios e veja se gosta ou não, tem gente que ama e gente que odeia. Se você odiar terão outras áreas pra atuar também.

@leonbax   @removido

Primeiramente, desculpa encher o saco de vocês de novo 

Nestes dias eu estava pensando em qual caminho seria mais vantajoso pra mim aproveitar o máximo da universidade visando trabalhar em indústria.

Eu participei um tempo da empresa júnior do meu curso, mas eu tenho uma dificuldade imensa com criatividade, e eu até já me martirizei bastante por causa disso.

Com a resposta do @removido acabei pensando que talvez não fosse realmente necessário eu sofrer tanto tentando desenvolver minha criatividade em modelagem se eu não quero trabalhar com isso.

Por outro lado, participando da empresa eu iria aprender a trabalhar em equipe e lidar com prazos, clientes, etc.

Quais oportunidades da universidade vcs consideraram mais proveitosas para o trabalho que vcs exercem agora?

Estágio.

DISCLAIMER: O COMENTÁRIO ABAIXO É INTEIRO BASEADO NA MINHA OPINIÃO.

Vamos lá, vou tentar dar uma resposta melhor. Fora o estágio, vc consegue fazer um TCC que te de um empurrãozinho pra conseguir um estágio no que vc quer. O melhor caminho é conseguir um estagio e dps fazer um TCC la dentro da empresa, pq é mais facil achar um tema, vc ve a aplicação e ainda de quebra arranja um projeto.
Vc pode pensar em uma iniciação cientifica tbm.

Agora vou falar uma coisa que vc nao vai gostar. Provavelmente o tema de um TCC que te empurre nessa direção (de ser um estagiário de engenharia de manutenção ou até um engenheiro de manutenção Jr) esteja mais para o lado estatistico e processual da coisa do que pro lado técnico profundo.

O que diferencia um egenheiro/supervisor de um mecanico/líder é manjar de matemática, processo e gestão. O técnico vc acaba aprendendo no trampo, não na aula de ELEMAQ, PMM e de RM (não to dizendo que não precisa saber. Precisa, mas é só a base).
Alguns temas legais que vc consegue permear técnica de manutenção e processo juntos são: confiabilidade, controle estatístico de processo (CEP), ferramentas da qualidade e LCC, todos eles fáceis de inventar tema aleatório de TCC.
Procure por Herbert Viana e por PCM, se quiser saber um pouco mais sobre gestão da manutenção.

Não espere a faculdade. Vá atrás.

 

@Jon_neves

A resposta para a sua interrogação está na resposta do @removido : estágio.

Agoooora, não tem como ligar os pontos olhando para a frente. Conhece o discurso do Steve Jobs em Stanford? É a primeira história que ele conta, vale a pena assistir.

Por isso eu te disse anteriormente, busque atividades e trabalhos que você se importe. Se essa atividade também te desafiar de tempos em tempos, também é bom, mas meu primeiro termômetro é quanto eu me importo.

Olha, tem até trabalhos que eu nao gostei taaanto assim, como minha iniciação científica, mas de alguma forma, era algo com que eu me importava e que eu fiz direito. Olhando para trás, foi um trabalho legal. E isso certamente desenvolveu algumas habilidades, tanto soft como hard skills: análise crítica, priorização e direcionamento de tarefas, conhecimentos específicos de métodos analíticos e de tratamento de resíduos. Sem contar, esse trabalho bem feito foi minha apresentação inicial para entrevista de estágio e me abriu essa porta.

Também já me cobrei muito por conta da tal da criatividade. Ficou muito mais fácil para mim quando comecei a focar somente em fazer as coisas direito e em agregar valor. Agregar valor é um assunto que rende, basta ver que o Bastter passa metade do tempo falando disso. Mas vale lembrar que agregar valor não precisa ser nem dentro da SUA caixinha de tarefas.

Coisas relacionadas que podem ajudar na sua reflexão e reduzir a ansiedade:

- O sucesso "de repente" geralmente tem muito trabalho por trás.
- A maior parte dos criativos não se vê como gênios ou algo do tipo. Eles exploram e buscam melhorar o seu trabalho em um processo de melhoria contínua, então PARA ELES não é nada genial. Você provavelmente não vai achar seu trabalho genial ou super criativo, por mais que você melhore. Se essa for sua bússola, vc vai se martirizar ao infinito e além túmulo. 

Ah, e cuidado para não julgar as pessoas que fazem as coisas de forma "simples" ou "padrão", porque não são "criativas".

Existe uma elegância tremenda na simplicidade.

Faz estágio. Se puder um ano. Se puder sem disciplina junto. Se puder no exterior.