Porque sempre focamos no lado ruim das coisas
comentada em 14/09/2022 15:42

nossa mente primitiva foca no que é ruim porque considera um sinal de perigo, e se concentra nisso para encontrar uma maneira de fugir ou prevenir esse risco. foi isso que aprendi.

100% verdade... entendendo isso da pra aprender a viver muito melhor.
Entender que apesar dos nossos instintos vivemos um contexto muito diferente como seres humanos em sociedade, então podemos fazer escolhas diferentes e agir de modo diferente também.

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Além dessa ideia de origem primitivista, de homem animal na savana, tem uma interpretação da questão de modo moral e cultural (e outras TB) nesse "hábito" de julgar a vida como ruim, olhar o lado ruim das coisas, dado que em tese não foi sempre assim na história.

Mesmo que a justificativa evolutiva fosse verdade, é característica da evolução não ser nada definitivamente.

A mudança é a regra da evolução.

Assim como já vimos dezenas de relatos aqui, e eu vejo diariamente no consultório, uma outra causa que realmente faz diferença e a única que podemos mudar é:

Aprender a perceber a parte boa da vida, aprender a valorizar a parte boa, aprender a se responsabilizar pelo bem e produzir ele no mundo.

A minha outra explicação, que eu gosto muito e já disse ela aqui várias vezes é:

Enquanto a maioria das pessoas consegue descrever uma bíblica das coisas ruins da vida, quase nunca sabem dizer ou descrever o que faz bem, pq faz bem, como faz bem.

Culturalmente, somo treinados a falar e perceber problemas. Sempre perguntam pq estamos mal, pq erramos, pq fizemos tal coisa que gera problemas.

Ninguém pergunta pq estamos bem, como foi fazer as coisas direito.
Acabamos por tomar o bem por aaaaaagarantido.

Quer parar de ser pessimista? Dedique-se ao bem e ao bom.

Sei lá, mas vejo que a maioria das pessoas pensa nos problemas (tentando achar os culpados) e não nas soluções. Burro que sou, algumas vezes acabo agindo assim, mas vida que segue e vamos tentando melhorar. 

@andrewva1 penso muito nisso também. Parece que existe uma "cultura da culpa".

Epicteto escreveu algo assim:
"É característica daquele que não evolui culpar os outros; daquele que está evoluindo culpar a si mesmo; e daquele que já evoluiu não culpar nem os outros nem a si mesmo"

Apesar do termo "evoluído" soar meio arrowganso, a ideia é boa.

O problema de naturalizar o comportamento é que às vezes ele parece atávico, inevitável, uma prisão. Eu "sou" assim, seres humanos "são" assim, não dá pra ser diferente.

Vira uma desculpa ou um motivo pra se sentir culpado (ou culpar os outros), dependendo se você não se importa ou se queria ser diferente.

Só que, mesmo que a gente tenha uma tendência inata, ela não define quem somos.

Por exemplo, todos precisamos comer, mas isso não quer dizer que precisamos comer qualquer coisa a qualquer hora em qualquer lugar. Podemos até jejuar por um tempo, indo contra o que talvez seja o imperativo fisiológico mais básico.

Ou seja, temos uma margem de escolha em como satisfazer nossas necessidades. Podemos conduzir o processo, pelo menos até certo ponto. Podemos dar um valor maior ou menor à necessidade, podemos criar restrições, podemos nos expor mais ou menos a ela e direcionar uma atenção maior ou menor.

E talvez essa "atenção para o mal" nem seja inata mesmo. Muitas vezes o que dizemos que é "natural" na verdade é apenas um comportamento tão repetido que as pessoas não conseguem nem imaginar a possibilidade de ser diferente - o que não quer dizer que essa possibilidade não existe.