Inspirado em um tópico de algumas semanas atrás de um dos amigos aqui da Bastter.com, sobre um olhar interno das sacanagens das corretoras. Hoje voz trago o olhar do lado de fora das corretoras.
Em um determinado momento da minha vida, uns 10 anos atrás, eu descobri que eu podia ser trilionário. Isso, mesmo, minha super tabela sardinha de excel me disse isso, e como poderia não ser verdade? O plano era simples, vender tudo, tudo mesmo, e "investir". Minha tabelinha de excel era tão boa, mas tão boa, que eu consegui convencer minha esposa que aquilo era verdade. "A gente vai ser muito rico". Mas eu não parei por aí, eu consegui convencer um cara durão da geração passada, que só acredita em imóveis (poupança não, bancos não são confiáveis), meu pai. O único conselho que ele pôde me dar na época, foi falar com um amigo dele, que segundo ele investia bastante. Eu liguei para o cara, contei meu plano em detalhes, e ele disse pra eu fazer.
No fundo eu acho que eu sabia que estava fazendo merda, se não soubesse eu não teria estudado tanto, por mais BUCHETTIs que eu estivesse lendo. Mas o caso é, o plano era perfeito, mas eu sempre estava postergando. Foi então que eu tive a brilhante ideia de procurar ajuda de uma corretora. Ajuda de um especialista em investimento, na corretora de duas letras.
Fui em uma agência parceira dessa corretora, prédio bonito, na parte mais nobre da cidade. Fui recebido por um cara bonito, igual ao @mauro, de terno. O rapaz tinha uma cara de bem sucedido, pelo menos mais bem sucedido que eu, que falava de uma maneira segura e polida. Me mostrou gráficos e tabelinhas muito mais bonitinhas que as minhas. Falei dos meus planos e ele aplaudiu, disse que era errado ter imóveis, uma perda de tempo. Me ofereceu um café da nespresso. Eu saí de lá decidido, vou vender tudo e colocar 10% em coe, 10% e etf, 10% LIXO-R, 10% em sei-lá o que e etc.
Eu tinha o aval da minha esposa, pai, amigo do meu pai, carinha da corretora. Acabei não fazendo, pois cheguei a conclusão que eu e minha esposa éramos "conservadores" de mais para vender nossa casa e preferíamos ter a "nossa casa".
É incrível a falta de informação que tem aí fora. Esse site é definitivamente uma light house no meio da total escuridão.
Cleiton morreu, já disseram, mas Cleiton Lima, seu filho, vive.
Um abraço!