Somos escravos dos nossos desejos!
comentada em 15/06/2023 08:09

Não!

Obrigado
De nada

"mas que de modo pudéssemos estar desconectados dessa sensação de felicidade e satisfação a qualquer apego material?" 

Desconectados da sensação acho que somente morto, o que você pode, e faz bem fazer é buscar  controlar seus anseios, o que não é fácil e exige treino, caso lhe interesse sugiro ler as cartas de Sêneca, será um material muito rico e que lhe ajudará bastante nesta questão de controle sobre essa "felicidade e entusiasmo com o novo". 

Discurso sobre a Servidão Voluntária, de Étienne de La Boéte fala exatamente sobre isso. Leitura curta e interessante.

@Orbitrap 

Eu penso que esse problema de "desejar coisas" será cada vez maior....
Estamos muito mais expostos as propagandas.....
Antigamente entravamos em nosso mundo fechado, nas nossas estações de trabalho, trabalhávamos até o fim do expediente e só eramos bombardeados pelo" desejo" no caminho, olhando outdors ou assistindo TV..
Hoje somos bombardeados o dia todo.....
As pessoas procuram refugio no campo, junto ao mar ou montanhas. Vc também estás muito habituado a desejar  isso. Mas essa é inteiramente a característica de uma pessoa vulnerável, pois vc pode encontrar esse refúgio em ti mesmo, a qualquer momento. Pois em lugar nenhum podes encontrar um refúgio mais calmo que em tua própria alma  especialmente se ela está repleta de tranquilidade, o que eu digo que nada mais é que estar bem ordenado. Desfruta mais vezes desse refugio e renova-te 

@Orbitrap
Então, querido...

A sua pergunta é uma pergunta bastante antiga, sério. Acho que tão antiga quanto a ideia de filosofia. Ela está em todos os textos de qualquer tipo de discussão filosófica em qualquer cultura.

Respondendo brevemente, pq eu to na correria hoje, muita gente chegou no mesmo lugar do final do seu texto:

"Penso então, será que seria possível viver uma vida, mas que de modo pudéssemos estar desconectados dessa sensação de felicidade e satisfação a qualquer apego material?"

Aí tem o doido do Diógenes, os franciscanos, algumas interpretações de budistas, tem uma linha forte de intepretação do estoicismo que tá andando para esse caminho, algumas linhas gregas e chinesas levaram isso para o bem estar comum.

Então taí, tem um monte de gente para você ler sobre se você quiser seguir esse caminho.

Numa perspectiva de saúde isso não faz o menor sentido. Isso é amputação emocional.
É jogar o bebê fora junto com a água.

É o equivalente a falar que pq andar é difícil, e hoje temos carro, vamos amputar as pernas pq elas são peso e dão trabalho e gastam energia.

O caminho de saúde é justamente contra esse radicalismo do "somos reféns dos nossos desejos, portanto vamos abolir os desejos" e ensinar inteligência emocional, controle emocional, habilidades de auto controle, desenvolvimento de propósito na vida etc.

Mas as pessoas preferem deixar de ser humanas, em detrimento de aprender a lidar com a humanidade.

A cada dois meses aparece isso aqui na bastter.com e o resumo do seu texto é basicamente:

"se não fossemos humanos seriamos deuses".

Acho que o último a postar isso foi o @rolo (não é pessoal, tá, é só para se alguém quiser procurar o tópico)

Pra mim isso não faz o menor sentido

Eu tenho certeza absoluta que o Frankl seria absolutamente contra a sua conclusão, se tem algo que ele com certeza ajudou na psicologia foi me dizer que a busca de conexão é possível em qualquer situação e de "evidenciar" a importância dessa busca infinita no bem estar e na qualidade de vida.
É bem claro para mim, que a proposta dele é justamente tentando explicar o absoluto mal estar que essa amputação emocional pode causar a alguém.

Tem esta playlist de vídeos curtos que eu fiz pro youtube:
Desenvolvimento emocional - YouTube

Acho que meus melhores chats aqui do site sobre isso são estes:

@orbitrap, o que você tá propondo é viver sem vida, não?

@pato_amarelo geralmente é para onde o pessoal que trabalha essa proposta chega. Um suicídio em vida.

Nos Karamazov aparece na frase clássica:
"Se Deus não existe, tudo é permitido"?

como se a gente só pudesse ter bom senso e tomar decisões conscientes se tiver uma corda amarrada no nosso pescoço para impedir que sejamos pessoas minimamente decentes.

E se soltar a corda viveríamos em uma barbárie sem fim.

O povo esquece que a gente saiu da barbárie para uma civilização razoavelmente organizada.

Talvez por não saber quanto a gente era maluco até 1950, talvez por uma idealização do passado perfeito, talvez por um medo contínuo da incerteza do futuro.

mas é meio louco o tanto que as pessoas negam a realidade.

(pro povo que não entendeu, basta lembrar que existem outras religiões e formas de viver no mundo que independem do seu credo religioso específico, da sua moral, dos seus valores. Existem infinitas formas de se viver no mundo, e, de forma geral, a gente se sai até bem como espécie).

@Paulo
Oi Paulo, agradeço pela resposta, e achei interessante algumas de suas colocações, apesar de que algumas de suas colocações foram com certo enfado e altivez, mas sem problemas, fique tranquilo. Talvez não tenha ficado transparente no texto, mas de todo modo, o intuito foi apenas uma reflexão sobre como está o nosso estilo de vida atual, onde diariamente somos sufocados por um exacerbado marketing do consumismo, e que tem nos colocado como escravos do desejo de possuir tal roupa, tal carro, de estar em tal academia treinando, de ser o melhor em tal esporte que o fulano, de ser o melhor no meu trabalho a ponto de ferrar e humilhar o meu colega etc, ou seja, um desejo de estar a todo tempo buscando prazer e satisfação apenas em coisas que considero frívolas. Sem dúvida, o ser humano tem o direito ao atendimento de suas necessidades humanas como condição para uma vida digna, mas penso que ele não deva se tornar refém das “ofertas” e “novidades”, não colocar tudo isso que mencionei como sendo prioridade máxima em nossas vidas. Vejo que essa ânsia do desejo de possuir ou de ser o melhor, de não ter um equilíbrio na vida pessoal e profissional, infelizmente tem afetado demais as relações sONciais humanas, e mais do que isso, estão ficando doentes psicologicamente. Certamente, na vida há muito mais coisas interessantes e prazerosas para se ter uma vida boa e feliz, tal como o tempo de lazer com a família, realizar um trabalho filantrópico, ter uma conversa boa e sincera com quem esteja triste, dar um abraço que seja etc. Então, a ideia foi exatamente nesse sentido, e espero que possa ter me compreendido. Fica em paz!

@pato_amarelo

Um tanto estranho essa sua colocação, pois em momento algum disse isso no texto. De todo modo, como disse na minha reposta para o @Paulo, talvez não ficou claro qual foi o intuito do texto, mas dá uma olhada lá. Abraço!

Meus desejos não são uma coisa dissONciada de mim. Fazem parte do pacote.

Procura sobre o mito do cocheiro (ou dos cavalos alados), de Platão.

É o tema de " da tranquilidade da alma" - Sêneca.

E do discurso de Epicteto: "of freedom"

É interessante essa sua reflexão

Eu penso que tudo nessa vida é questão de equilibrio.

Não da pra viver 100% desapegado de tudo. Mas também se apegar demais vai dar problema.

Então é tudo equilibrio

Eu vou buscar bens materiais até onde eles atenderem a necessidades básicas pra que eu possa viver uma vida confortável e feliz. Por exemplo, eu preciso de uma morada segura, confortável, com sei la, X numero de quartos, X numero de banheiros para que minhas necessidades possam ser atendidas (minha e da minha família)… Daí, sair desse local, e ir para uma mansão de 5 milhões com 10 quartos… tipo, no meu ver, é um Exagero, é uma busca Vazia e futil que não agregará em nada na sua vida, é uma tentativa de fuga da sua realidade.

A busca execssiva por bens materiais, esportes, drogas, quase 100% das vezes esconde um Vazio existencial, uma falta de Espiritualidade e de auto conhecimento.

Mas, se vc quiser jogar tudo pro alto e viver 100% desapegado, também você vai sofrer e também seria um desequilibrio emocional, espiritual. No meu ver.

 

as vezes eu acho que o melhor mesmo é estar conectado a esses desejos e usá-los em doses homeopáticas, pra não acostumar demais e ficar mimado.

querer ser o fodao que nao deseja nada, que nao precisa de bens materiais etc acaba sendo um desejo egóico ainda maior e mais difícil de alcançar

@Sulfite

Esse é o ponto, a busca pelo equilíbrio, seja na vida sONcial e profissional!

"quando a vida inventou o desejo
o desejo num outro desejo se transformou
O desejo não para
O desejo não cansa
É o moto contínuo que a vida encontrou"

Valença, Alceu

@Orbitrap A doutrina católica explica que esse vazio no homem só pode ser preenchido pela busca de Deus. Como se tivéssemos um buraco dentro de nós que nada encaixa, somente Deus e o buraco está ali justamente para buscarmos a ele como  fim último da vida.  Mas não pode falar de religião aqui, se quiser aprofundar nos estudos dessa linha recomendo o Pe Paulo Ricardo.