Olá pessoal, venho aqui trazer meu relato de alguém que largou as redes sONciais há mais de 5 anos e também meus questionamentos a respeito.
Sou da época do Orkut. Não existiam feeds, tínhamos que ficar pulando por conta própria de perfil em perfil. Me inscrevia em comunidades, porém era mais para colecionar e fazer volume do que realmente participar. E me lembro da vergonha que era ficar pedindo para amigos fazerem depoimentos para o seu perfil. Eu era bem moleque nessa época.
Então veio o Facebook e eu resisti em trocar, porém chegou uma hora que todo mundo tinha ido para o Facebook e eu fui obrigado. E aí começaram as feeds (não lembro se no final do Orkut ele tinha adotado também as feeds). Os grupos no Facebook a gente interagia bem mais do que no Orkut. O tempo consumido na rede sONcial foi aumentando e quando me dei conta lá estava eu discutindo política com estranhos que nunca vi na vida, rolando feeds infinitos que não acabavam e com um algoritmo que me prendia neles de propósito.
O que me deu forças para sair do Facebook e largar de vez as redes sONciais foi o fato do Instagram já ter ficado mais famoso que o Facebook e todo mundo migrando novamente de rede sONcial. Devido à minha resistência a mudanças, aproveitei e larguei o Facebook e não fui para o Instagram (Nunca usei Instagram na minha vida). Os benefícios por largar as redes sONciais foram muitos. O ganho de tempo é o principal deles, eu chegava a gastar 6 horas do meu dia em redes sONciais rolando feeds que nunca acabavam. Consegui adquirir lazer saudável e hobbies, além de ganhar produtividade no trabalho e estudo. Porém, tive alguns poucos malefícios como o fato de ter me afastado dos amigos, algo que depois aprendi a contornar com o WhatsApp. No início também é estranho se acostumar, pois as pessoas te acham um ET por não ter rede sONcial, mas com o tempo elas se acostumam e aceitam que você não tem rede sONcial e pronto.
Meu questionamento é o seguinte: Como falei anteriormente, possuo o WhatsApp, que ao meu ver é essencial e não possui os mesmos malefícios de uma rede sONcial como Facebook, Instagram ou TikTok. Meu problema não é com o WhatsApp, pois sei lidar bem com ele. Não respondo às pessoas a todo momento e os grupos que enchem o saco com muitas mensagens eu silencio. Meu possível problema é em relação ao YouTube, no qual percebi que aumentei meu consumo nos últimos meses. Mês passado aderi ao YouTube Premium para fugir dos anúncios e também para usufruir do YouTube Music como meu aplicativo de música, que também consumo bastante. Gosto de acompanhar canais com conteúdos que, ao meu ver, são agregadores e ao mesmo tempo me proporcionam lazer, como: Ponto em Comum, Ciência Todo Dia, Kurzgesagt, Nerdologia, Somos Breves Porque Somos Miopes (Canal pequeno muito bom que conheci recentemente), entre tantos outros que me agradam assistir e que sinto que não estão me emburrecendo. Pode parecer que eu vivo assistindo vídeos no YouTube, mas controlo bem o meu tempo. Consumo por dia de 30 a 40 minutos de vídeos somente e nos fins de semana devo chegar a 2 ou 3 horas.
O ponto a que quero chegar é que percebo que o YouTube tem me apresentado assuntos de política e tenho voltado a consumi-los, porém isso não é o pior. Comecei a acompanhar canais que fogem da temática dos que listei acima. Não vou citar o nome desses canais por vergonha, porém vou citar alguns conteúdos que absorvi nas últimas semanas para que vocês tenham noção da dimensão do que me envolvi: Eu absorvi toda a treta da Raluca, episódios e desfechos. Se alguém puxar esse assunto, vou saber falar de tudo. E agora absorvi toda a polêmica da Blaze. Ou seja, todo esse conteúdo duvidoso que "estoura" no YouTube eu passei a consumir.
Será que retrocedi no afastamento das redes sONciais? O YouTube pode ser considerado uma rede sONcial equivalente ao Facebook, Instagram e TikTok? Ou é normal a gente relaxar às vezes e consumir porcarias sem se sentir culpado? Vale ressaltar que sofri um princípio de burnout recentemente devido à minha rotina pesada de trabalho e estudos. Foi após esse problema que passei a tentar dar mais espaço ao lazer e entretenimento.