Desde 1871, ocorreram 30 períodos de grande declínio nos EUA, com uma frequência média de aproximadamente 1 a cada 5 anos. No entanto, apesar dessas recessões, o S&P 500 registrou um retorno anualizado de 6,9% durante esse período, isso já levando em consideração a inflação, isto é, em termos reais.
Ao longo dos últimos 150 anos, não houve estratégia de criação de riqueza mais eficiente a longo prazo, e as recessões fazem parte desse processo.

Imaginemos que você tenha sido o investidor mais talentoso que já existiu. Você tinha a capacidade de prever com precisão quando as recessões começariam e terminariam, movendo seus investimentos para caixa/renda fixa durante as recessões e investindo apenas em ações durante os períodos de expansão econômica. Qual seria o desempenho dos seus investimentos desde 1928?
Seus retornos seriam de:
10,7%aa fera neném bola de cristal
9,7%aa do buy-and-hold
Um spread muito pequeno para tamanho esforço de acompanhar o mercado e mesmo com capacidade surreal de adivinhação.
Vale dizer que esse 1% superior veio de evitar a maior parte das perdas durante a Grande Depressão de 29 (quando as stocks despencaram 86%). Se pegarmos o estudo após a crise de 29, e esse mesmo investidor fosse capaz de cronometrar perfeitamente cada recessão, teria tido um desempenho inferior com um retorno de:
10,6% fera neném bola de cristal
11,7% para buy-and-hold
Bastou tirar a maior das crises, mesmo mantendo a adivinhação em todas as demais, o fera neném teria perdido pro B&H. Como disse certa vez Lírio Parisoto, "o mercado premia a vagabundagem, premia quem não faz nada".
Vamos ser mais realistas ainda? Como prever crises no timing perfeito é sabidamente impossível, vamos tratar os dados trazendo mais pra perto da realidade. Eis os cenários:
1- Digamos, em vez disso, que você estava saindo apenas cedo, saindo do mercado e fazendo caixa um 1 ano antes das recessões e voltando para a renda variável 1 ano depois que elas terminassem.
2- Ou, mais provavelmente, digamos que você se atrasou um pouco e saiu do mercado 6 meses após o início da recessão e voltou para as ações 1 ano após o término.
Isso ainda seria um timing bastante notável. Como esses cenários teriam se saído?

Pior do que um simples buy-and-hold, e isso não leva em consideração os custos e impostos da transação, o que distorceria ainda mais os resultados em favor de não fazer nada.
Arroz com feijão não tem espinha. Nada supera o B&H no longo prazo.