SENHOR, POSSO ACRESCENTAR UM POUCO DE MENTIRA?
Imagine que você está em um restaurante, pede seu prato favorito que se chama VERDADE e o garçom questiona se pode acrescentar um pouco de MENTIRA para o prato ficar mais saboroso.
- Claro! A MENTIRA deste restaurante é incomparável!
Sejamos sinceros: muitas de nossas crenças possuem uma porção de mentira que faz com que o confronto com a realidade seja menor difícil.
Não é diferente com as crenças financeiras.
Vamos refletir um pouco sobre um ditado que fortalece/enfraquece crenças financeiras, pois apresentam uma mentira e uma verdade ao mesmo tempo.
“Caixão não tem gaveta”
Esse ditado chama a atenção que um dia a vida acaba e não levaremos nada do que acumularmos financeiramente.
Difícil contestar esse ponto, pois nunca vi alguém que faleceu constituir advogado para solicitar judicialmente que o inventário seja suspenso.
O ditado também tem o mérito de nos chamar a atenção para a necessidade de vivermos o presente com nossa família e amigos, pois uma vida apenas de trabalho para acumulação de dinheiro perde o sentido se não aproveitarmos os bons momentos com quem amamos.
Essa é a VERDADE do ditado.
A MENTIRA pode ser obtida quando ele nos faz pensar apenas no hoje, já que poderemos morrer amanhã.
Para que viver abaixo de minhas possibilidades financeiras se posso morrer amanhã?
- “Vou me sacrificar para quê? Caixão não tem gaveta.”
- “Poupar para quê? Meus herdeiros ficarão com tudo e não levarei nada!”
Essa mentira, ajuda a viver “loucamente o hoje” em termos financeiros, anestesiando nossa mente e impedindo o agir prudente e previdente com nosso eu de amanhã.
Não sejamos ingênuos, o poupar adequado traz muitos benefícios a longo prazo.
O pensamento unicamente imediatista é uma doce mentira que pode custar muito caro e causar muito sofrimento no
futuro.
Ora, então como encarar o ditado
Afinal é mentira ou verdade?
Um pouco dos dois. Muito da vida não é oito ou oitenta ou preto e branco.
Em termos financeiros podemos viver abaixo de nossas possibilidades por um período de modo que possamos poupar para que o nosso eu
futuro tenha mais segurança e liberdade, porém sem deixar de aproveitar o presente, curtindo nossa família, fazendo viagens e curtindo a vida de acordo com nossas condições.
Pense em balancear seus desejos de agora com os benefícios de poupar, modificando a crença negativa (de escassez ou de imediatismo) que tinha em relação ao citado ditado.
Não deixe de sair com a patroa (também conhecida como esposa), mas vá para lugares com sejam compatíveis com sua condição.
Não deixe de viajar, mas não se endivide. Programe-se e poupe, ainda que a viagem fique em um momento posterior.
Se seus amigos saem uma vez por semana e isso te faz bem, não deixe de ir. Aperte um pouco mais nos outros dias ou os acompanhe quinzenalmente.
Viva! E não se esqueça que poupar também é uma parte importante de viver bem!