Nesse final de semana numa conversa com duas pessoas que por simplicidade chamarei de A e B, em dado momento A disse "essa semana tenho que conversar com a pessoa X para resolver tais e tais coisas".
Daí B já diz "cuidado pq se o X falar tal coisa, vc tem que responder assim e assado e sei lá oq". Daí A já complementa "mas estou vacinado com o X, se ele falar isso e aquilo, já vou dizer assim e assado, pq sei lá oq do sei lá oq".
Toda uma preparação, toda uma invenção de espantalhos para oq a pessoa X poderia dizer, ou fazer, ou sei lá oq. Todo um levantamento de armas para entrar em uma luta imaginária. Sendo que a conversa com a pessoa X era simplesmente para desmarcar um compromisso qualquer.
Felizmente como a pessoa A gosta de correr e quase toda semana participa de alguma corrida da região, consegui mudar o assunto perguntando para ela sobre como foram as últimas corridas, quais as próximas e etc. Daí o papo ficou legal.
Ainda nesse final de semana, numa outra conversa com B, eu disse "essa semana tenho que ver tal coisa com a pessoa Y".
E daí veio os espantalhos. "Se Y fizer assim, responda assado". "Se sei lá oq, faça sei lá oq mais".
Nesse caso não consegui mudar o assunto para algo mais agradável e tive que encerrar a conversa mesmo. Inventar alguma desculpa.
Primeira vez que eu conscientemente observei esse tipo de comportamento numa conversa e graças a isso tive o desprazer de lembrar de tantas outras conversas do passado em que várias pessoas, inclusive eu, tivemos esse tipo de comportamento.
Inventar espantalhos e se preparar para uma luta com eles, imaginando e sentindo as dores de um sem fim de universos que em sua grande maioria nunca acontecem.
E pior, já indo "preparado" para enfrentar esses espantalhos e já começando a conversa na defensiva, de maneira ríspida e hostil.
Não sei como foi a conversa entre A e X, mas na minha conversa com Y nada de mais aconteceu. Como era de se esperar de uma rápida conversa de poucos segundos sobre um assunto qualquer de trabalho.