Primeiramente, peço desculpas pelo desabafo, mas estou passando por uma situação bastante delicada na família. Há cerca de três anos, meu irmão recebeu uma quantia significativa de um precatório e decidiu investir esse dinheiro abrindo um bar para venda de espetinhos e bebidas.
No início, ele me pediu ajuda e, sem cobrar nada, fiquei alguns dias lá apoiando nos afazeres, especialmente na churrasqueira. Durante esse tempo, conversamos sobre a importância de montar um caixa para o negócio, para que ele não gastasse o dinheiro reservado para reposição de mercadorias e despesas operacionais. No entanto, parece que meus conselhos não foram levados a sério, talvez porque sou oito anos mais novo que ele.
Ao longo desses três anos, ficou evidente que ele não teve nenhum planejamento para o negócio. Deixava tudo nas mãos dos funcionários, que tinham acesso ao caixa, e muitas vezes se ausentava, deixando o bar sob responsabilidade deles. O resultado foi um cenário de má gestão e descontrole financeiro.
Hoje, ele está com dívidas consideráveis, inclusive empréstimos com agiotas, e já me pediu dinheiro emprestado, o qual ajudei como pude, sempre lembrando que também tenho minha própria família para cuidar. Além disso, há dois empréstimos no nome da nossa mãe, que ela tem arcado com os pagamentos.
Agora, a solução que ele e minha mãe encontraram é vender a casa que meu pai deixou para ela quando faleceu, dividir o dinheiro em três partes, e ele ficaria com a parte dele imediatamente. Eu, naturalmente, não concordo com isso, pois minha mãe não deveria estar passando por essa situação. No entanto, ela está disposta a ajudá-lo mais uma vez.
Meu receio é que ele acabe gastando rapidamente a parte dele e, mais adiante, volte a exigir a parte que cabe à nossa mãe. Para aceitar essa situação, estava pensando em uma condição: que eu gerenciasse o dinheiro da minha mãe, garantindo que ele não teria acesso a esses fundos. Este é o único dinheiro que restará para ela, além da aposentadoria que recebe juntamente com a do meu pai, que embora não seja muito, permite que ela viva de maneira tranquila. Agora, com a venda da casa, ela terá que pagar aluguel, o que me preocupa profundamente.
A situação é preocupante, especialmente em relação à segurança e bem-estar da minha mãe, mas, no momento, não vejo outra saída.