Eventualmente eu vejo o pessoal tratando reserva de emergência como a única fonte para momentos ruins na vida e por causa disso estas pessoas decidem ter um valor bem grande na RE.
Isso acaba criando um super dimensionamento da RE que faz com que a pessoa fique toda hora preocupada com aquele tanto de dinheiro parado rendendo tão pouco.
A Reserva de Emergência, como o nome já fala, é para algum imprevisto, algo de ultima de ultima hora, uma coisa pontual. Algo que você não possa esperar para arcar. Uma conta inesperada ou esquecida, um erro no hb que acarretou em uma compra que não tinha dinheiro, ajudar um amigo ou familiar que precisa naquele momento, pagar algo para evitar perder a paz etc.
E é justamente por essa necessidade que não pode esperar que tem ser na Poupança. Você não pode arriscar o mercado a estar fechado, como no caso de tesouro direito ou ficar a mercê de uma liquidez prometida em um CDB ou qualquer coisa do tipo. Não é sobre rentabilidade, é sobre liquidez apenas.
Porém se não é emergência, todo seu patrimônio já é um reserva.
Suas ações, renda fixa, reserva de valor, investimentos no exterior, tudo faz parte de sua reserva. No momento que você precisar, você pode e deve usar esse patrimônio. Inclusive você precisa pensar nisso ao montar a carteira.
Exemplo:
Uma preocupação que ouço de forma constante como parâmetro para calcular a RE é a perda do emprego.
"Vou colocar 2 anos de salario na RE para caso fique desempregado."
Isso não é um emergência. Ninguém não vai precisar do dinheiro das despesas dos próximos meses no momento que recebe essa noticia ou logos nos dias seguintes. Independente do recebimento de verbas rescisórias, a pessoa nessa situação terá a RE para os gastos imediatos e depois terá todo tempo do mundo para ver quais investimentos deverá ser resgatado para despesas futuras.
Nessa situação, por exemplo, a pessoa sendo bem organizada terá tempo suficiente para vender TD, vender ação ou trazer dinheiro de fora.
Portanto, ninguém precisa ter todo esse dinheiro na poupança.
É que nem ações no exterior. Apesar de ao comprar o objetivo não é ser uma reserva de valor, já que tem ativos próprios para isso, elas, dependendo na necessidade, servem também como reserva de valor.
Outra coisa importante:
O valor da RE vai representar cada vez menos no seu patrimônioMesmo dimensionado corretamente, pode ser que a pessoa ainda sim fique com aquela pulga atrás da orelha pensando na rentabilidade que podia estar tendo.
Acontece que essa pessoa esquece é que isso vai fazer cada vez menos diferença,
Ex;
Comecei agora e tenho 100 mil reais. Vou pegar 20 mil reais e fazer minha RE.
"Droga, 20% do meu patrimônio está na poupança rendendo bem pouco"
Ao longo dos anos esse investidor evolui seu patrimônio e chega 1 milhão de reais de patrimônio.
Em virtude de um maior padrão de vida, agora a RE, é 40 mil reais.
Pronto, agora estamos falando de 4% do patrimônio.
E esse percentual vai ser cada vez menor.
Portanto, não há necessidade de se preocupar com a rentabilidade dessa pequena parcela do seu patrimônio.
Resumindo, coloque na RE um valor justamente para emergência dimensionando para seu padrão de vida e realidade. Esse valor vai ser cada vez mais insignificante em relação ao seu patrimônio. No mais, todo seu patrimônio já é sua reserva.
Entendendo essas coisas ninguém precisa procurando investimento alternativos para render mais a RE ou ficar preocupado com sua rentabilidade.