Tenho passado por um momento muito delicado no aspecto financeiro e profissional. Trabalho como tradutor e revisor linguístico há mais de 11 anos, mas, de uns tempos para cá, o mercado desabou e está em fase de adaptação devido à crise e ao advento da IA.
Moro no interior de SP, com poucas oportunidades de trabalho, especialmente para a minha esposa. Por esse motivo, sempre segurei a barra das contas.
Recentemente, ela conseguiu um trabalho em São Paulo, mas, o que de fora parecia ser muito interessante se revelou o contrário, ou seja, ela não está feliz no trabalho. Já eu, preciso me recolocar e não sei quanto tempo pode levar.
Não me vejo ficando no interior, onde já esgotamos as tentativas. Por outro lado, morar em uma cidade com mais oportunidades também tem o seu preço: os custos!
Não queria pensar assim, pois foi muito difícil construir o nosso patrimônio até aqui, mas me parece que a única opção seja vender coisas para tentar ganhar tempo, ou até mesmo alugar a nossa casa no interior.
Eu começo todo o ano dizendo o mesmo para mim, "este ano não vou vender nenhum investimento", mas sempre quebro a cara. Só que desta vez é diferente. Boa parte da reserva já se foi devido a um tratamento não coberto pelo convênio para tratar duas lesões nos cotovelos. Além disso, mudanças são caras, e lá se foi mais um pouco... Resumindo, estamos chegando nos investimentos.
Sei que a maioria vai dizer que "dinheiro é para isso mesmo, é para usar quando precisa... depois você recomeça", mas o problema é que cabeça de pobre não funciona assim, pois quando você acha que vai conquistar algo, logo surge outro problema, quase sempre financeiro, e você volta para a estaca zero (de novo). É como se fosse um loop infinito, como o Mito de Sísifo.
Em São Paulo, não precisamos do carro, ou seja, poderíamos vendê-lo. Mas se voltarmos para o interior, não podemos ficar sem carro. Eis o primeiro dilema. Coincidentemente ou não, o valor do carro é o mesmo que temos em investimentos (vejam que não é muito). Há empresas que se valorizaram 500%, 200%, 150% e por aí vai... E aí vem uma frase do @Bastter sobre não vender, "se você vender e perder isso aí (ele se refere à valorização), talvez nunca mais recupere." Eis o segundo dilema.
Enfim, se você chegou até aqui, obrigado pelo seu tempo! Se quiser me dar uma voadora por soar como um reclamão, fique à vontade. Se quiser dar um conselho ou compartilhar algo, vou ler com muita atenção.
Um forte abraço!