Bom dia, comumente a gente vê o Bastter e a equipe insistentemente dizendo por aqui que a RF só serve para três coisas:
-RE ou objetivo de curto prazo: caderneta;
-Objetivo de médio prazo: SELIC ou IPCA sem cupom com vencimento na época da conclusão do objetivo (imóvel, casamento, viagem dos sonhos etc) e
-IPCA mais longo que estiver à venda, sem cupom.
Internalizadas essas premissas, deixei parte da poupança como RE e distribui em dois títulos, um no SELIC 2025, pois tenho objetivo de comprar um imóvel no vencimento desse título, e outro no IPCA mais longo, referente ao dinheiro que não ia usar por agora.
Acabei sardinhando e fazendo um IPCA 35, pois tinha a ideia de cumular determinado valor nesse título e sacá-lo nesse vencimento.
Hoje, vejo que o que me incentivou bastante essa sardinhagem foi o simulador do TD e o fato de não ter estudado a contento, claro.
Pois bem, vejo que a maioria das pessoas aporta no IPCA mais longo meio que a contra gosto, sem entender porque o Bastter tanto defende o aporte nesse título, quando você não tem objetivo certo para esse dinheiro.
É que, como o título tem marcação a mercado e o prazo é demasiadamente longo, as pessoas ficam naquela neura de, e seu eu precisar do dinheiro, vou sacar desse IPCA longo e me sujeitar à marcação a mercado?
Pois bem, muitos de nós temos a ideia de aportar no IPCA mais longo para usá-lo como aposentadoria, mas isso não é verdade.
IPCA mais longo serve para cumular patrimônio.
É mais ou menos como na compra de ações.
Você vai comprando ações ao longo do tempo para cumular patrimônio, a ideia é a mesma, você vai aportando no IPCA da mesma forma, um pouquinho todo mês, juntando dinheiro lá.
Mas vamos supor que, em 2037, já que eu não tenho como prever o ORUTUF, eu tenha algum imprevisto ou objetivo que eu precise de dinheiro.
Uso então o dinheiro do meu trabalho. Poxa, não foi o suficiente. Então, uso a renda dos investimentos. Ainda não foi o suficiente. Então eu uso a reserva de emergência. Só que ainda não foi suficiente. Daí eu vejo se não tem algo que possa vender. E, se ainda não foi o suficiente, vendo os títulos que estão mais próximos do vencimento.
Mas se eu mexer no IPCA de longo prazo, eu me sujeito à marcação a mercado e não recebo o combinado.
Sim, o ideal é carregar até o vencimento.
Mas se eu preciso do dinheiro, vou fazer o que? Endividar-me?
Claro que não.
Vendo apenas o suficiente para conseguir cumprir o objetivo, vendendo apenas os títulos IPCA mais longo comprados há mais tempo, uma vez que essas compras vão se sujeitar bem menos à marcação a mercado do que o aporte feito no mês anterior, por exemplo.
A gente tem a ideia maluca de associar o IPCA mais longo à aposentadoria.
Beleza, vou carregar o título até o vencimento e, quando vencer, já idosa, eu saco.
Vou fazer o que com esse monte de dinheiro em 2045?
Por embaixo do colchão?
Por na poupança?
Não faz sentido.
Quando você está educado financeiramente, percebe que todo dia você se aposenta um pouquinho, trabalhando, poupando e investindo em valor.
Vi em alguns fóruns mensagens de usuários desesperados, porque iam receber o IPCA 2019 e não sabiam o que ia fazer com o dinheiro, alguns puseram no IPCA mais longo, outros jogaram na poupança.
Agora, pensem no gira gira?
Imagina se a pessoa faz isso no SELIC, fica cumulando dinheiro sem objetivo no SELIC e, de cinco em cinco anos, pagam mais taxas e IR, por ter medo da marcação a mercado do IPCA mais longo.
Essa prática, com certeza, vai deixar seu patrimônio muito menor.
Dinheiro sem prazo, para quem não tem ojeriza de emprestar para o Estado, é IPCA mais longo vendido na plataforma do TD.
Tem medo de aportar valor grande?
Aporte pouquinho nesse título, de forma seriada.
Entendi que a filosofia do site é cumular para usufruir.
Agora, eu aporto muito mais consciente no IPCA mais longo vendido no TD.
Por favor, se eu disse alguma sardinhagem, me corrijam.
É muito difícil acabar com essa sardinhice que há na gente.
Um abraço a todos.