Eu cheguei aqui porque alguém que eu seguia no fb tinha compartilhado o vídeo da Live do bastter de como investir em tempos de crise e o estava na época do início da guerra na Ucrânia. Conteúdo e filosofia do site à parte, eu entrei de verdade na comunidade quando vi que o foco era em qualidade de vida, esportes, virtudes e afins.
Escaramuças também à parte, eu vi no meio da poluição, cof, digo... diversidade aqui do site uma coisa que sempre foi crença pessoal minha: o VAILAEFAZ, que tem umas nuances de diferença mas é bem alinhado comigo. O contexto é que eu larguei Física e fui pra Engenharia justamente pra poder afetar o mundo real de uma forma concreta. Entretanto mesmo na universidade/curso "que eu queria", eu sempre me deparei com esse paradigma, esse fascínio que as pessoas têm por teoria e não por prática, por oratória e não por gestos, por status e não por evolução, por resultados e não por processos. Vejo que por isso que tem tanto projetinho de crowdfunding que morre na praia, por exemplo. Um amigo meu fala que papel e CAD aceitam qualquer coisa e eu acho a frase genial. Só que aparências são superficiais e a
realidade é dolorosamente real.
Inclusive pra mim, que sempre acreditei em
fazer.
Fazer,
fazer e
fazer. Não estudar, não provar, não deduzir, não debater mas em
fazer. E nessa pira minha junto do fluxo no nosso tempo, da sociedade, da cultura, de whatever, eu vejo que eu tava não só no caminho mas tava também muito acostumado, treinado e crente de que agir como máquina ao invés de como humano seria o segredo. Apesar de eu "ser" um fazedor, isso só se aplicava para
coisas na minha vida e na parte do
eu-humano tava tudo na teoria, no estudo, esperando o momento certo. Então comparando o eu de hoje com o eu de um ano atrás (já que estamos em época de retrospectivas),
na realidade:
- Bom, eu estava em um relacionamento abusivo/tóxico, com depressão, eu também estava em solidão, afinal eu tinha mudado de cidade pelo meu novo emprego, esporte era uma obrigação e fins de semana eram um completo terror porque era quase uma punição ter que esperar a segunda-feira chegar e só ter a faxina e passar roupa pra fazer.
E hoje, não vou dizer que tá tudo resolvido e é maravilhoso como se existisse um fim (tanto fim-finalidade quanto fim-término), mas vou dizer que:
- De manhã a primeira coisa que eu fiz no dia foi ir ao mercado e dentre os itens que eu comprei tem ingredientes pra fazer brigadeiro e levar no trabalho pro pessoal apesar de eu trabalhar em home office (em teoria).
- Eu fiquei chateado por minha compra de coisas pra minha bike que eu reformei ter atrasado uma semana mas deve chegar antes do feriado pra poder estrear legal a criança.
- Anda faltando um pouco de tempo no fim de semana pra aproveitar tudo que eu quero (não-)fazer, haha.
- Da minha semana eu dedico umas 4h pra um trabalho voluntário e é algo que me faz bem, onde eu aprendo bastante, onde sinto que cresço muito como pessoa e que eu estou conectado com coisas e pessoas importantes para mim.
- No geral eu acredito que eu tô no caminho de cultivar em mim o que eu desejo nos outros por n lados. O título recente de um chat do Paulo é "Ninguém pode te dar algo que você não tem" e a frase que eu conhecia pela minha psicóloga é "Você não pode dar algo que você não tem" e, com certeza, vou levá-las pra vida.
- Quinta é a festa da firma e eu sou o baterista da banda! E na verdade é esse ponto aqui que me motivou a escrever o post porque quando em Julho eu tive a coragem de simplesmente aprender bateria do fucking zero era só pra sair de casa e ter uma atividade X pra me dedicar no sábado de manhã.
Eu não sabia que dali um tempo eu teria a cara de pau de aceitar a vaga de batera mesmo com 4 meses de experiência no instrumento.
Eu nem sabia se ela tava preenchida.
Eu não sabia que eu ia ficar amigo da galera da banda e
nem sabia que eles eram gente boa.
Eu não sabia que no fim das contas isso iria abrir vários ganchos pra me aproximar mais ainda de outras pessoas X que tocam só campainha. Sabe o quê isso me lembra?
"Whatever you do in life will be insignificant but it is very important that you do it
because you can't know"
E dá pra pensar assim sobre os outros pontos também, só peguei a bateria porque é algo mais concreto. E isso acontece não porque o universo conspira pra me recompensar tipo Papai Noel porque eu tô sendo bonzinho, não é Karma ou nenhum esoterismo. É simplesmente porque eu não tô trancado (tanto) no meu apartamento. Se Mozart não tivesse contato com tocar instrumentos quando criança, provavelmente ele teria virado advogado ou padre e é isso, ponto.
Enfim, a ideia era escrever isso para alguém que esteja nesse mesmo lugar de contemplação ao invés de ação mas, sendo bem sincero, acho que eu tô escrevendo é pra mim mesmo do futuro na próxima inação minha.