Crises psicóticas da minha mãe. - Ajuda Eu Pow!
comentada em 13/06/2024 11:04

Cara, eu fui internado compulsoriamente por psicose esquizofrênica na juventude. Efeito de curiosidade quanto ao uso de substâncias alucinógenas.

Duas vezes.

Foi agradável? Não. Foi necessário? Sim.

Nas duas vezes o RA me salvou e a internação foi no HC da Unicamp.

Vc deve ter contatos aí que te garantam acolhimento no IPUB, não?

Quanto ao que vc sente: vc está preocupado e buscando solução. Se fosse um merda apenas fecharia a porta e sairia de casa.

Boa sorte.

Saúde & Esportes > FAQ > Como encontrar um bom médico

ela precisa de consulta médica 

fica calmo respira
voce já sabe que ela precisa de um médico 
Já ta indo bem
já é muito ruim ver alguém amado e próximo passando por situações difíceis mas acontece sempre e ficar se julgando lixo merda inútil porque não adianta nada e só piora

É muito difícil convencer alguém a fazer um tratamento contra a vontade dela mesmo

Tenta marcar uma consulta só 
vai junto
tenta conversar com calma

Cara... Muito complexo e uma situação que exige muita calma e cautela... 

Mas... saiba que, vc NÃO É UM MERDA! Vc não está indiferente à situação ou negligenciando... Fique tranquilo que as coisas vão se ajeitar... Mas algum "esforço a mais"precisará ser feito.

Já conversou com algum professor da faculdade ? nessas horas vale muito a pena!

Nós médicos temos essa pira de "Santo de casa não faz milagre"  - isso não é verdade! Como é importante o nosso papel (pp se for único médico / estudante da família) ;

O caso é complexo vai exigir uma medida mais enérgica, então converse com seu pai, procure ajuda na faculdade, orientação e recomendação ! 

No mais... Vai dar tudo certo! Fique firme aí! 

Calma e prudência. Você está fazendo a coisa certa. Com ajuda profissional sua mãe pode ser tratada. Conforte seu pai e cuide dele também. Certamente, a doença da mãe pode afetá-lo muito. Fique firme e aja sempre que necessário.

@petr4 cara, você está na posição de filho, não na posição de médico.

Sua mãe precisa de tratamento E de apoio da família para passar pelo tratamento.

O médico dá a ela algo que você não pode dar, e você da a ela uma coisa que o médico não pode dar. É assim que funciona. Em cooperação, e apoio. Não é você se sobrecarregando de todas as coisas do mundo.

Inclusive das decisões do seu pai de ficar neste casamento.

Quanto ao tratamento, existem diversos modelos de acompanhamento, podendo chegar a internação que é uma medida necessária, especialmente em situações que oferecem riscos que pode ser de vida ou de prejuízos claros (financeiros, saúde etc).

Como seguir, e onde internar se necessário faz parte da conduta de tratamento, assim como a gente escolhe o hospital em que vamos quando estamos doentes.

Procure ajuda, procure um psiquiatra que possa te orientar no que fazer e em como fazer, e se a internação for necessária, onde fazer.

E...

Leia isto:

Histórias - Bastter.com

Me solidarizo muito com sua dor. Realmente a situação é complexa. Minha esposa tem uma cunhada que tem problema parecido.
Ela tem diagnóstico de esquizofrenia séria e outros problemas mentais (até espirituais). Ela tem uma família grande que tenta ajudar, uma comunidade também mas não há grandes resultados.
O seu esposo (meu cunhado) sofre horrores e desenvolveu até início de depressão. Ainda tem dois filhos, um com autismo, o que acaba por exigir mais empenho deles.
A situação é muito triste para ela, para as crianças e para o esposo.
A melhor coisa que dizem para ela é seguir um tratamento. Ela foi internada umas duas vezes mas se recusa a ir e não toma os remédios de jeito nenhum.
@petr4 acredito que o melhor a fazer mesmo é ter paciência, ajudar como puder, se aliviar e ir tentando convencer ela a seguir o tratamento. Talvez seu pai precise muito de ajuda também. Força pra vocês!

@petr4

tente ajudar e resolver o que voce consegue
nao se culpe pelo q nao esta sob seus dominios

precisa em primeiro lugar de um bom medico para ajudar

Leia minhas respostas nesse tópico;

Briga e relação ruim com o pai - #PAS - Bastter.com

Eu posso te falar da minha experiência como paciente.
Depois de três tentativas de suicídio, aceitei o tratamento e, por ironia, a médica que acertou a medicação foi justamente a que me atendeu no sanatório. Sigo até hoje tratando com ela.
O caminho foi extremamente difícil, não vou mentir. Perdi toda a família. Mãe, irmãs etc. Além disso, sofri abusos dos que ficaram, enquanto ficaram.
Hoje, tenho uma filha que me visita ocasionalmente, mas percebo que não tenho o respeito dela.
Levo a vida sozinho. Faço uma consulta psiquiátrica mensalmente e tratamento psicológico semanalmente, há anos, décadas. Tenho crises ocasionalmente e vejo a medicação ser "ajustada" sempre para cima, infelizmente.
Além disso, trabalho, pratico esportes, estudo etc, como prega a cartilha do @Bastter.
De coração, queria ter encontrado o site antes, porque o conteúdo do site me ajudou bastante nesse caminho.
Acredito que, só por ter o apoio da família, o tratamento será muito melhor para a sua mãe.
Vai ser difícil não criticar, não admoestar, não corrigir. A linha é tênue entre ajudar e impor. Não julgada pela família é o mais difícil e vai ser a coisa que ela mais vai precisar.

@Joe.Conrad uma flor para você. O mundo é muito bonito e você é parte dele.

Quando for na psiquiatra deixe claro que ela interrompeu o tratamento com antipsicótico da última vez. Existe antipsicótico injetáveis de depósito com uso mensal que pode ser uma opção se o paciente não consegue manter adesão ao tratamento. A psicoterapia também é superimportante tanto para ela como para vocês saberem como lidar com ela, para prever as crises e para saber como agir antes da crise iniciar. 

@Joe.Conrad força aí! Vai gotejando sua gota de água no oceano sozinho mesmo. Tenho certeza que uma hora a barragem ficará tão grande que te respeitarão novamente. Ter um propósito sozinho não diminui em nada ele. Tenha esperança e tenha fé. Não há mau que dure sempre. A vida é linda e é um presentão de Deus.

@petr4

Bom dia. 

Pra te situar, sou médico e estou estudando para a R de Pq. Também tenho familiares com problemas de saúde (saúde mental, doenças crônicas, etc.) e já estive no seu lugar diversas vezes, ajudando pacientes durante a graduação/trabalho e em casa se sentindo impotente. 

Como o @Paulo bem escreveu acima, "você está na posição de filho, não na posição de médico". Essa é uma dificuldade inerente a muitos profissionais de saúde (eu já tive, e confesso ainda ter em algumas circunstâncias) devido à natureza de nossa profissão. E isso é nobre, sua preocupação com sua mãe doente é o que se espera de um filho, sobretudo de um médico em formação, mas tenha cuidado.

Cuidado, digo, pois você é filho, está preocupado com ela e com a saúde dela, mas também é estudante de medicina, está estudando doenças e tratamentos, enquanto atende e ajuda pessoas durante os estágios. "Eu ajudo desconhecidos, estranhos, como eu não consigo ajudar minha própria mãe?" - você deve pensar. Entenda que são duas faces da mesma moeda: sua mãe e os pacientes, onde a moeda é alguém que precisa de ajuda, alguém que você se vê na obrigação (de uma lado como filho e do outro lado como estudante de Medicina e futuro Médico de ajudar. Todavia, neste caso, vocês está se colocando filho e estudante de Medicina. E é justamente essa obrigação é que precisa ter limite, para você não criar uma neurose.

Como o pessoal disse acima, ela precisa de ajuda profissionalis qualificados (Psiquiatra e Psicólogo, uma abordagem multiprofissional). E aqui entra você.
1. Mantenha a calma. Você é "apenas" um acadêmico de Medicina, e nessa fase da vida profissional ainda temos muitas dificuldades, devido à falta de conhecimento, à falta de experiência, etc. Então não exija de si hoje algo que você só irá adquirir com o passar do tempo, algo que custa muita dedicação durante a graduação, a residência médica e os cuidados dos pacientes.
2. Organize uma reunião familiar, sem sua mãe, com seu pai e seus irmãos (se tiver), para conversarem acerca da situação, para avaliarem o grau de entendimento de todos acerca dela e do problema de saúde mental dela, para discernirem o que cada um sente e como cada um está lidando com isso. A união da família ajuda muito a superar as dificuldades atuais e futuras, além de auxilar e facilitar nos cuidados do familiar doente, tirando um peso que por vezes você está colocando sobre suas costas devido às suas circunstâncias. Quanto ao seu pai, considere e o aconselhe a também buscar a avaliação de um bom profissional, pois, devido ao seu relato, ele também está em sofrimento mental. No caso dele, acredito que um bom Psicólogo o ajudará muito.
3. Você é acadêmico de medicina da UFRJ. O IPUB é um dos grandes centros de referência de Psiquiatria do país. Procure um professor seu que seja Psiquiatra e que seja de confiança, de preferência um professor que manterá contato ao longo da graduação. Se ainda não passou pela Psiquiatria, se informe com colegas veteranos ou com outros professores acerca de algum professor de Psiquiatria que seja de confiança. Procure ele, se apresente, seja sincero, diga que está passando por problemas pessoais/familiares e que gostaria uma conversa, nem que fosse breve, para alguns conselhos e orientações. Se for um bom médico e um bom Psiquiatra, acredito piamente que você será ouvido e ajudado por este professor. Além do mais, e aqui entra o "de preferência um professor que manterá contato ao longo da graduação", terás alguém ao longo da graduação para lhe auxiliar, se for preciso.

Espero ter ajudado, meu caro.
Você não está sozinho.

E antes de concluir, segue um breve relato, no qual não identificarei nomes por motivos éticos e óbvios, mas que julgo ser importante como orientação (e como proceder) para todos, e em especial a ti, @petr4, nos casos de um surto psicótico: Há cerca de 2 semanas o irmão de uma colega médica teve um surto psicótico, quebrando muita coisa dentro de casa e agredindo fisicamente a mãe. Quando isso aconteceu, minha colega estava chegando do plantão. No momento em que chegou e reconheceu a cena ela teve discernimento, manteve a calma (sob certa tensão, obviamente), manteve ela e a mãe distantes do irmão, afastou riscos (fechou janelas do apartamento, impediu o acesso dele à cozinha onde haviam facas e outros objetos), e solicitou auxílio do APH/SAMU (como suporte médico) e da PM (pela necessidade de segurança). Com a chegada de ambos, houve controle da situação, com o irmão sendo acalmado/manejado pelo SAMU e sem necessidade de uso de força por parte da PM (isso pode assustar quem não é da área médica, mas quem já presenciou um surto psicótico grave sabe o quanto uma pessoa em surto pode colocar em risco a sua vida e a vida dos que estão fisicamente próximos à ela). Todavia, devido à gravidade do surto, bem como para os devidos cuidados com ele, foi encaminhado para IH. Ontem, cerca de 2 semanas após o episódio, ela me contou que ele recebeu alta, estando atualmente em casa e apresentando melhora progressiva.

Ela veio conversar comigo, me relatando estar feliz pelo irmão estar em casa e em melhora clínica. Todavia, está sim preocupada. É médica, mas é ser humano e é irmã. Mas, nas palavras dela, "agora é confiar no Psiquiatra e no tratamento, ir acompanhando ele e seguir a vida, por que ela não pára". 

*Obs.: relato autorizado pela colega médica.

É o que o @Bastter disse: 

"tente ajudar e resolver o que voce consegue
nao se culpe pelo q nao esta sob seus dominios"

@Joe.Conrad    Te desejo toda a força do mundo! Uma hora as pessoas perceberão como você é um guerreiro. Muita esperança e fé para você. Estamos juntos.

@petr4   Eu também às vezes me acho um merda por não conseguir resolver os problemas de outros familiares. 
Mas ainda bem que sempre tem amigos que nos falam a real: que eu não sou indiferente à dor dos outros, muito pelo contrário. E que tento fazer tudo que está ao meu alcance. Mas tem coisas que não tenho controle mesmo. E está tudo bem. Não posso me desmerecer, porque eu me importo sim, e muito com o bem estar dos meus familiares.

@petr4 reconheço seu sentimento, mas não bate com o que vejo aqui: que você está procurando ajudar de todas as formas. Não desanime! Força! 
@Joe.Conrad obrigado por compartilhar sua experiência ! Muito valiosa.

@petr4 É uma situação complicada e complexa, como a maioria dos problemas em família... justamente porque nos importamos com quem é família. Você está se importando.

Sei como é tentar ajudar alguém que não quer ser ajudado, e enfrentar o eterno dilema de "Estou ajudando ou estou forçando a barra? Estou fazendo o suficiente? E se fizer menos, será que é melhor?" Nenhuma dessas perguntas tem respostas de fora, tudo será respondido internamente.

Acredito que tentar sempre mostrar as cores da vida possa ser um caminho interessante pra que a outra pessoa um dia consiga abrir os olhos e enxergar a beleza da vida. Mas só o outro vai escolher abrir os olhos.

Descobri no site uma rede incrível de apoio. Então, continue escrevendo. Apenas o ato de escrever aqui, faz com que você organize as ideias que estão em turbilhão na mente. Não sei se fui de grande ajuda, mas na comunidade existe uma vontade de ajudar os outros, e eventualmente, alguns comentários vão acabar te amparando.

Minha esposa teve um surto psicótico no início do ano e foi bem complicada a situação, ela quebrou tudo na casa da tia, agrediu a própria família e posteriormente à mim. Foi internada em uma clínica psiquiátrica durante 30 dias e diagnosticada com transtorno bipolar tipo 1.

Eu tive que tomar diversas decisões difíceis durante a crise dela (incluindo a internação da mesma).

O meu maior medo era que ela não aceitasse o diagnóstico e recusasse a medicação. Quando a mesma saiu da clínica, eu apresentei diversos materiais sobre a condição dela, encontrei um médico no youtube (Dr Renato Silva) que tinha podcasts falando sobre o tema, assistimos as mais de 3 horas juntos. Acho que isso ajudou bastante, pois ela pôde se enxergar nas descrições do médico.

Mas isso só funcionou porque ela ficou 1 mês internada na clínica tomando a medicação. Durante o surto psicótico era impossível argumentar com ela.

Enfim, hoje ela está estável, tomando Lítio todos os dias. Voltou a trabalhar fazem poucas semanas.

Se eu fosse você, a pergunta que eu me faria é: Estou do lado do meu pai pra qualquer decisão que ele tome (incluindo a internação da minha própria mãe)? Esse apoio faz toda a diferença.

Por experiência própria, eu tive que fazer escolhas que foram contra o que a família da minha esposa queria, mas as coisas são assim, dentro do meu núcleo familiar eu tive que tomar as rédeas e resolver da forma que julguei melhor para nós.

Boa sorte e espero receber boas notícias no futuro.

Bom dia
Também sou médico e passando por situação semelhante com familiar há cerca de 4 anos. 

O conselho que eu tenho pra dar é: não se desespere, ajude da forma que for possível e toca a vida pra frente porque como foi dito acima, ela não para. Você não precisa carregar o peso dessa situação todo nas suas costas - quanto antes aceitar que existem coisas que não estão ao seu alcance nesse contexto de saúde mental, melhor irá lidar com toda a situação.

Como exemplo, no meu caso de família, a condição se revelou crônica, com múltiplas recorrências apesar de todos os esforços para tratamento... aceitar as limitações, ajudar no que estiver ao alcance e tocar a vida pra frente me poupou de muito sofrimento.

Desejo sorte e mente tranquila, não deixe isso afetar as outras áreas da sua vida...