Boa noite a todos.
Mais uma vez abro um tópico nesse excelente site.
Dessa vez relato uma escolha profissional que fiz. Visando crescimento e realização profissional como também qualidade de vida, decidi no início desse ano de 2021 iniciar uma nova especialidade médica. Anestesia. Após 5 anos de formado, com uma especialização em Medicina Intensiva e estabilizado profissionalmente, vi que não estava realizado profissionalmente, e certa insatisfação me acometia esporadicamente, porém de forma crescente. Frente a isso, após conversas com minha esposa, a qual sempre me apoiou e continua me apoiando, resolvi prestar novamente prova para residência médica e ser aprovado na especialização escolhida. Tudo muito bem até então, mas decisões importantes tiveram que ser tomadas a partir dessa escolha.
Primeiramente a aprovação foi em um Estado diferente do qual eu e minha família moravamos, e conforme o destino foi sendo traçado, nos mudamos para a nova cidade. Minha amada esposa, grávida da nossa segunda filha, deu a luz 2 dias antes do início das minhas atividades. Economista concursada, desfrutou do home office e da licença maternidade para me acompanhar. Vendemos nosso belo apartamento e começamos uma vida nova, em uma cidade nova, com muitos planos e perspectivas positivas para o futuro.
Eis que uma notícia, que até então não tinha data estabelecida para acontecer, foi antecipada: o home office terminou.
Assim sendo, minha esposa e nossas duas filhas retornaram para nossa cidade de origem. Hoje confronto os desafios da minha escolha.
Estou 30 dias longe da minha familia, e a saudade aperta de forma imensurável. Como resolver isso?
A- Planejo viagens de 1.000KM a cada 30 dias para reencontrá-las, trocando plantões e estendendo um pouco mais a carga horária.
B- Assumi o compromisso de tentar transferência a todo custo para para nossa cidade.
2. Tenho o hábito de aumentar meus investimentos mensalmente e como a remuneração de médico residente é muito diferente de um médico no mercado de trabalho (concursado e com contratos CLT e PJ), os aportes reduziram significativamente. Como lidar com isso?
A- Tenho minha reserva de emergência estabelecida o que me permite arcar com os custos mensais.
B- OS rendimentos dos meus investimentos até então, me permitem aportar mensalmente, mesmo que com aporte reduzidos. Assim sendo, mantenho um hábito que desenvolvi e que acredito que trará bons frutos posteriormente.
3. Tínhamos uma casa própria e agora moramos em dois aluguéis. Tudo bem. Conseguimos arcar com esses custos e sabemos o que queremos lá na frente. Minha escolha profissional foi tomada porque acredito e busco melhores condições no futuro. Sendo assim, uma nova "casa própria" poderá ser conquistada novamente.
4. A carga horária de trabalho e o cansaço aumentaram exponencialmente, o que pesa ainda mais quando não se tem remuneração condizente. E com isso, como lidar?
A- Eu escolhi, então tenho que aceitar.
B- Minha remuneração é o conhecimento e as habilidades que estou aprendendo.
C- O cansaço existe, mas se não "tem dor, não tem ganho". Dói, mas tenho que aceitar.
Por que escrevo isso afinal?
Porque mesmo quando tomei minha decisão de forma pensada, com as soluções de alguns problemas previamente estabelecidas, vez ou outra uma dúvida surge em minha cabeça, principalmente nos dias de maior cansaço somado à saudade da familia.
SERÁ QUE TOMEI A DECISÃO CORRETA?
Sai da minha zona de "des"conforto, então acredito e tenho fé que sim. Agradeço pela minha oportunidade e pelas condições da minha familia, mas hoje vivo mais uma vez na pele dois clichês que sempre escutamos mas nunca paramos realmente para analisar:
Nós somos responsáveis pelas escolhas que fazemos e atitudes que tomamos, e
Nada está tão ruim que não possa piorar.
Mas acredito. Lá na "frente vai melhorar".