Contando com o bom senso e luz da comunidade E que venham as voadoras.
Por onde passo sempre tem gente pedindo no sinal, na calçada, sempre que consigo dou uma ajuda (normalmente deixo notas de 2,00, 5,00, até 10,00 separadas no carro), mesmo se a pessoal pede pra comprar cachaça ou cigarro acabo ajudando (o mulçumano fala que não importa o que será feito com o dinheiro, mas apenas o ato de ajudar, nisso concordo com eles). A maioria são moradores de rua brasileiros, as vezes vejo venezuelanos e haitianos, e isso me deixa muito comovido, a pessoa precisar fugir do país e tentar a sorte num lugar de língua diferente, com a cara e coragem. Ajudo com frequência os Vicentinos, com roupas, cestas básicas e os Médicos sem Fronteira (inclusive indo em missões).
Mas tenho dificuldade em ajudar e até aceitar os pedintes profissionais. Tem um cara que vejo no sinal numa cadeira de rodas há 7 anos, no mesmo sinal, todos os dias de sol em horário comercial, barba feita, roupas limpas. Não parece ser morador de rua,sempre está com roupa diferente, no Natal vai de gorro de Papai Noel. Não vejo o cara nos feriados, finais de semana...
Um tempo atrás tentamos ajudar ele num emprego adaptado, não deu certo pelo visto, mas nunca perguntei a ele pq, só me desculpei com o empregador (pertubamos o cara umas 2 semanas).
Eu sei que isso não deveria me afetar, não sei qual a cruz que ele carrega, nem deveria julgar ninguém (tenho nada a ver com isso na verdade), deveria apenas ajudar qd der... mas sinceramente me incomodo em ver o cara todo dia lá, as vezes sinto a mesma coisa com os flanelinhas fixos (me sinto meio que extorquido sei lá). Ao mesmo tempo me sinto um babaca pensando isso, insensível, nem pouco humano e pouco agradecido a Deus e à vida. No fim, fico com vergonha dos pensamentos e agradeço por não ser eu naquela situação.
Talvez eu precise mais de ajuda que eles para evoluir com serotomano.