Até onde o RI pode ir?
comentada em 13/09/2020 14:11

Defesa da simplicidade na análise de empresas - Ações - Bastter.com

Não to perguntando pra analise cara.

Vc acha que eu realmente quero auditar a precificacao de estoque da sabesp?

É uma curiosidade que eu tenho. Eu trabalho em logística em empresa com estoque gigantesco e que nao faz nada para precificar. 

Só queria ver como os prós fazem. A troco de nada. 

Há braços. 

Cara, isso é algo interno. Adicionalmente, qual a necessidade de saber disso? Isso vai mudar zero coisas na sua vida. Além do mais, a SABESP é uma empresa onde o estoque nem é o foco. Você nem acha nota explicativa pare ele.

Ah, agora vi sua explicação. Isso não é divulgado. Mas no caso seria interessante você olhar em alguma empresa que o estoque realmente é importante

@Asimovz, rapaz, realmente não sei. Não te conheço. Descupe aí. Não sabia que era por mera curiosidade. 

@Asimovz cara pergunta
se ele puder responder ele responde
simples
se ele nao puder ele diz q nao pode

@Asimovz trabalho em uma empresa com várias unidades fabris. Na verdade o que se faz é colocado com o preço de NF e não deprecia. Quando é utilizado a peça ela é debitada no centro de custo que utilizou ao preço da NF sem os impostos recuperáveis (ICMS PIS/COFINS).
E tb não deprecia já que entra em despesa na veia
Quando é projeto nem passa pelo almox
E quando é uma manutenção maior (acima de 30% do valor do ativo) vc pode jogar em Capex que não afeta o custo de uma vez porém vc deprecia que acaba gerando um efeito colateral quando vc precisa substituir de vez um ativo velho que tem valor contábil alto por diversas jogadas como essas.

Espero ter ajudado

Em tempo, aprendi que analisar empresas vai muito além do conceito de precificar ação. Quando vc analisa empresas boas como Weg por exemplo vc acaba trazendo vários insights pra gestão de seu próprio negócio ou trabalho. No exemplo da Weg mesmo eu aprendi muito lendo os relatórios deles e acompanhando a empresa ao longo dos anos e incorporei algumas coisas no meu trabalho.
Abs

Você acabou de ficar brabo e reativo com uma resposta de um avatar na internet
cuidado que um dia voce pode acabar tomando um tiro na vida real

Só ler o balanço da empresa que está explicado isto. A grande maioria das empresas e custo médio de aquisição a base para os estoques. Estoque não se deprecia. Está confundindo com imobilizado. As empresas têm políticas que define o q é estoque e imobilizado, tb está escrito na DF(na parte q ninguém lê das práticas contábeis). 

O que ocorre não é a depreciação de estoque, é a provisão e baixa por obsolescência ou perda de material. Geralmente as empresas que elaboram balancetes IFRS adotam está prática e efetuam uma provisão com base em um critério (itens sem movimentação sofrem provisão de 20% do seu valor a cada ano não movimentado, por exemplo, cada uma pode escolher seu critério) e durante os inventários anuais a auditoria ou a gestão fazem o confronto físico. É muito simples fazer isso, mas não é feito na maioria das empresas, por preguiça ou até incapacidade da contabilidade e da logistica e arrisco a dizer até por culpa das auditorias, que estão cada vez mais virando uma fábrica de assinar parecer sem ressalva. Tira um relatório sistêmico de movimentação de estoque e outro dos itens em estoque. Aqueles que não movimentaram nada há longa data são os principais a serem provisionados e investigados em ORUTUFs inventários, não importa se estejam descentralizados.

@BBRC3 sim esqueci de mencionar. Coisas que ficam lá muito tempo uma hora são dado baixa e tb cai no resultado. Algumas empresas chamam isso de slow movers. Tipo instalei uma linha nova as peças reservas da antiga ficam lá e depois de uns anos o pessoal da baixa pois ninguém mais usa (cagada). Ou compram trinta rolamentos na correria pq deu pau um dia e usam 2 por ano, podem reduzir o estoque mínimo e os que estão lá contaminaram na chuva algo assim

Por aí vai

@rattola

Isso mesmo, geralmente nas de IFRS tem scrap provision e slow moving provision nas linhas de estoque.

Origem do Selo

Origem do Selo

@Asimovz  
O ri geralmente tem um diretor que é executivo na empresa. O setor de relação com investidores, originalmente (no Brasil) sempre teve um foco nos players institucionais.
Antigamente pessoa física não tinha acesso fácil na bolsa. A internet democratizou o acesso à bolsa de valores. Ações ao portador, etc eram tão complicados que quase sempre quem tinha perdeu/não tem valor pq não foi buscar os proventos, etc etc.
Por ser um setor com foco em institucionais, eles costumam saber “tudo” da empresa. Porque eles fazem roadshows para captar dinheiro pra follow on por exemplo. Lógico que mercados desenvolvidos e empresas com boa governança levam à sério o investidor pessoa física, mas o cargo à princípio existe para fazer a comunicação entre empresa e o mercado.

Por esse motivo, em teoria, eles possuem capacidade para te responder tudo da empresa. Porém, assuntos estratégicos não são revelados por motivos óbvios. No seu caso, não vejo porque eles não responderiam sua dúvida pois é uma dúvida contábil e que está disponível em muitos relatórios auditados. Chega à ser impressionante o quão vasto é o conhecimento dos caras à respeito da empresa.

Pessoal aqui está desenvolvendo uma filosofia para simplificar as coisas. Por isso, qualquer conversa que seja um pouco mais elaborada tem sido ojerizada pelo pessoal. Infelizmente é algo que tem sido frequente e empobrece a comunidade ao meu ver. Simplificar é diferente de ser simplista.
Mas vira e mexe sempre aparece um pessoal com conteúdo que ajuda à responder com profundidade. Celtiberian, o BBRC3 e muitos outros. Então da uma filtrada nas voadoras e leia apenas os que são relevantes.

Vou te dizer duas situações onde o RI me “assustou“ na profundidade da respostas. No evento da Engie ano passado eu fiquei 2 horas conversando com o Marcelo Malta durante o jantar. Eu só fiquei sabendo quem ele era ao final da conversa. Aprendi tanto sobre a contabilidade da empresa, alavancagem, como as transmissoras iriam entrar no balanço e como a SPE da TAG escondia a dívida da empresa. Estes detalhes eu achava que eram “restritos”. Rentabilidade das linhas de transmissão, leilões e lotes que estavam sendo avaliados, ganho de eficiência na construção da Gralha Azul. Tudo isso acessível. Porém, alguns detalhes perguntados eu ouvi: “isso é estratégico e nos não podemos responder, para inclusive defender o seu interesse como sONcio da empresa”.

Também numa conversa por telefone, me passaram todos os benefícios/impacto da criação da CCEE e entrada dos grandes bancos no mercado ORUTUF de energia e o grande valor por trás do trading de energia elétrica.

Outra vez me assustei também com os números da RADL quando questionei a compra de um jato privativo para uso dos executivos da companhia, abriram todos os números e deu pra ver que a escolha realmente fazia sentido financeiramente pra companhia.

Em resumo, concordo integralmente com o Mille. Manter um network com a empresa enriquece muito a análise.

Galera, surgiu uma dúvida sobre o assunto...quando tem essas despesas e custos, que são analisadas de cada forma por uma empresa...obsolescência, PDD, depreciação, etc...como que é visto isso pelo fisco na hora da tributação do Imposto de Renda? visto que altera o resultado a ser oferecido à tributação...seria uma contabilidade fiscal e outra gerencial em separado? Obs...no meu caso também é para trabalho...e não para analisar empresas rsrs

@KiaRamon,
Existe um Livro Fiscal apelidado de "LALUR" obrigatório para empresas que adotam o regime do lucro real, onde são registrados estes valores que tributa/não tributa/ajusta, decorrentes de diferentes critérios entre as normas contábeis e as normas fiscais. 
Por exemplo, os prejuízos fiscais, que só podem ser compensados a razão de 30% do lucro do exercício, são controlados no Lalur.

Cada empresa tem uma política de RI diferente. Cabe ressaltar que geralmente são os menores departamentos das empresas, onde o Diretor de RI é também CFO (não é regra). Melhor fazer o que o Bastter falou. Tenta perguntar e vê no que dá.