Ano novo, planos renovados e achei legal retomar a série de posts sobre as variáveis que tem impacto significativo no salários dos profissionais. Seguindo o bode do bastter de não esperar o ano que vem, ou até segunda, cá estamos.
Se não viu os posts anteriores, deixo os links abaixo:
Variáveis Salariais -
Variáveis Salariais - #VAILÁEFAZ! - Bastter.comVariáveis Salariais - Comunicação: Variáveis Salariais - Comunicação - #VAILÁEFAZ! - Bastter.comTalvez essa série vire um livro no ORUTUF abordando mais os assuntos, o que ajudaria no meu sonho mais recente de comemorar 10 anos de casado com minha esposa visitando Londres em 2022, mas seria uma consequência, e por hora, não é o foco.
O foco é o conteúdo e o resultado. Sugestões, claro, serão muito bem vindas. E sem mais delongas, vamos começar:
'I have been impressed with the urgency of doing. Knowing is not enough; we must apply. Being willing is not enough; we must do.' – Leonardo da Vinci
Podemos começar o tema Know How com uma conversa sobre o porquê de falarmos em Know How e não em conhecimento, de forma mais específica.
E aqui não há nenhum modismo. A adoção do termo tem relevância para darmos o mesmo peso ao conhecimento e a sua aplicação. Quanto maior o conhecimento aplicável, maior será a sua produção. Taylor, pai da administração científica, já dizia que
ninguém ousará negar que o indivíduo atinge sua maior prosperidade, isoladamente, quando alcança o mais alto grau de eficiência, isto é, quando diariamente consegue o máximo rendimento.A ideia aqui não é revisitar os grandes teóricos da administração ou dar uma aula de tga, mas sim elucidar as pessoas que para as empresas, tão importante quanto o conhecimento é a sua aplicação. O como é tão importante quanto o quê.
O know how é adquirido pelo profissional de várias formas, mas principalmente, através de suas experiências passadas. O universidades e centros de pesquisas estão repletos de profissionais com conhecimento de sobra, mas que não são necessariamente convertidos em valor monetário, ou para ser mais claro, dinheiro. Isso explica, em partes, porquê é mais eficaz você colocar em seu currículo os seus resultados em empresas passados do que os processos que você cuidava. “Economizei 20% do gasto em xxx ao longo de xx anos” é muito mais forte do que “Cuidei do processo de xxx ao longo do xx anos”, assim como “Aumentei a lucratividade em R$ xxx” faz muito mais diferença do que “Era responsável pela atividade de xxx”. Se não possui este tipo de realização, um bom começo é ir atrás delas.
Nas empresas, já vi muito professor pardal com escolaridade razoavelmente baixa ganhar tão ou mais do que especialistas pós-graduados, mestres ou doutores. Uma das justificativas possíveis pode ser a habilidade de aplicar soluções específicas nos momentos em que são requisitadas, gerando resultado e valor. Aqui, novamente citando Taylor, o improviso deve dar lugar ao planejamento e ao empirismo da ciência. Um bom profissional que saiba identificar os momentos certos de aplicar seu conhecimento teórico tem maiores chances de evoluir na carreira.
Se pensarmos friamente, pouco importa se um conteúdo veio da sala de aula de uma universidade ou de horas em um fórum da internet. Se foram gastos milhares de reais ou se foi de graça. O que importa é se tem base científica reconhecida, sua aplicabilidade, segurança e o resultado que proporcionou ou que proporcionará.
Algumas formas de adquirir conhecimento teórico:
-Livros
-Formação acadêmica
-Cursos online
-Grupos de pesquisa e estudos
-Teses acadêmicas
-Fóruns online
Algumas formas de adquirir Know How:
-Experiências como empresa júnior ou outros que coloquem os alunos para colocar em prática as matérias aprendidas, simulando situações reais
-Projetos em grupos que buscam resolver problemas reais
-Projetos e experiências de empresas anteriores
-Se propor a inovar e encarar novos desafios do mundo corporativo
-Empreender
Tudo aquilo que inverte a lógica do aprendizado tradicional poderá potencializar a retenção de know how. Sempre aprendemos primeiro a teoria e depois a prática. No mundo corporativo, os desafios são impostos e nem sempre é citado qual o melhor método para aplicar na resolução daquele problema. O profissional que se destaca é aquele com esta percepção de aplicabilidade. Ao exercitar em problemas reais, sua noção de viabilidade dos conceitos irá melhorar muito.
Este também é um dos motivos das empresas pedirem nas suas vagas a tão falada “experiência anterior”. Profissionais com anos de vivência em um determinado assunto já sabem os problemas que podem surgir e aonde há oportunidades de otimização. Muito tempo pode demostrar também que há vícios, o equilíbrio é algo muito valorizado.
Nada demonstra mais que você tem know how em um determinado assunto do que ter atuado nele de dois a cinco anos, por exemplo.
No Brasil, temos uma legislação específica que delimita a formação acadêmica para muitas ocupações e atuações, o chamado CBO. Na prática, ele acaba sendo um pré requisito, e não um diferencial. Ter uma boa formação ajuda muito como um bom cartão de visitas e uma chancela de bom conteúdo para ingressar nas empresas, mas a prática do dia a dia e a sua capacidade de aplicar o conteúdo é que fará com que o profissional permaneça na empresa.
Para se diferenciar, o que vai falar mais alto é o resultado. Aquilo que gera valor para a empresa e para o funcionário. Seja economizando, aumentando os ganhos, otimizando operações ou processos, propondo melhorias e inovando, utilizando todo o conhecimento adquirido. Aproprie-se de seus resultados, não deixe que outros façam bonito com seu chapéu. Os demonstre com orgulho e deixe que eles falem por você.
É um pouco do reflexo de nossa privada, certo? Quem não gostaria de ter uma pessoa que aumenta a quantidade de dinheiro que entra em casa? Por isso, são muito bem recompensados.
Em termos gerais é basicamente isto. Espero que tenham gostado.
Grande abraço!